Crucifixos e minaretes: haja boa fé, sim?
A propósito do resultado do referendo pedido pela extrema direita na Suíça, com o resultado conhecido, acerca dos minaretes, com manifesta má fé, (ou confusão apenas?), vem-se dizer que "logo num ímpeto de luta pelo apagamento dos sinais religiosos resolveram proibir os minaretes. Por cá há quem queira fazer o mesmo aos crucifixos nos edifícios públicos".
Vou tentar ser muito simples: edifícios públicos não é o mesmo que espaços públicos.
E quanto a isto de haver "quem" queira retirar os crucifixos, sei lá, por exemplo das escolas, como o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, e como, sei lá, a Constituição portuguesa, não se trata de de agredir a Igreja católica, mas de defender a liberdade de todos, eu cá gosto de reler isto e isto.
É fantástico que se aproveite uma decisão idiota, xenófoba e que demonstra, como explica o Daniel, o perigo dos referendos a darem às maiorias o poder de limitar os direitos das minorias, para se equivaler a mesma à proibição de crucifixos (ou de símbolos de outras religiões) em edifícios públicos de um Estado laico.