quem dera que a estulticiazinha ao menos fosse inédita
acabo de ver maria josé nogueira pinto, na sic not, a afirmar que 'os outros países não têm leis para o limite de sal no pão' e que só portugal tem, e que não é assim que deve ser feito, e tal. percebo onde foi buscar a informação -- está em várias notícias em vários sites de jornais, por exemplo este, que fala de 'opção inédita pela via legislativa' (embora o ante-título fale em 'dos primeiros países' e a notícia propriamente dita do primeiro, o que espelha alguma incerteza, et pour cause, quanto à factualidade).
sucede que uma pesquisa rápida na net, em inglês e francês, me diz o contrário. encontro um documento francês, por exemplo, que refere o facto de na bélgica o ministério da saúde ter feito em 1976 (sim, leram bem: 1976) um decreto que limita o sal no pão a 12 gramas por quilo de pão fresco. sim, é menos dois gramas que a nossa leizita inédita de 2010, que limita o teor de sal a 1,4 gramas por cem gramas de produto final.
é certo que noutros países -- caso do reino unido -- a sensibilização dos panificadores por parte de uma agência oficial deu resultado, e na finlândia se optou por obrigar - sim, obrigar, tipo com decreto -- à colocação de etiquetagem sobre sal (a informação está no documento francês). mas, por mais que a malta goste de ser a vanguarda do mundo, não é o caso na lei do sal no pão. como se descobre em para aí dois minutinhos.
quanto à converseta sobre a compressão da liberdade dos consumidores que arrepela os cabelos aos pseudo-liberais tugas, é mesmo para rir.