Costa do Marfim: Laurent Gbagbo exige retirada da ONU
O presidente em exercício da Costa do Marfim exigiu a retirada imediata de todos os soldados da paz estrangeiros do país, capacetes azuis das Nações Unidas bem como forças armadas francesas Licorne, aumentando a tensão política na região. Num comunicado lido na televisão estatal RTI pela porta-voz da presidência de Laurent Gbagbo, as forças das Nações Unidas no país foram acusadas de conspirar com os «rebeldes», ou seja, com o candidato da oposição, Alassane Ouattara, o vencedor declarado das recentes eleições presidenciais.
Entretanto Ouattara está sob a protecção da ONU num hotel em Abidjan, a capital do país. O líder da milícia de Gbagbo, os Young Patriots, disse à Reuters que pretendem marchar sobre o hotel guardado pela ONU e forçá-lo a sair. Ble Goude, igualmente o ministro da Juventude de Gbagbo, incentivou vários membros da sua milícia a «libertar» a Costa do Marfim: «We will defend the sovereignty of our country. We ask them (the United Nations) to leave our country. Get ready, because from next Friday I will need you for the total liberation of Ivory Coast.»
Horas antes do comunicado, uma das patrulhas da ONU foi atacada ao entrar na sede da missão em Abidjan. A ONU, os Estados Unidos, a UE, a França e a União Africana pediram a Laurent Gbagbo que reconheça a derrota e abdique do poder para evitar um banho de sangue. O presidente francês Nicolas Sarkozy disse na passada sexta-feira que Gbagbo deveria sair até o próximo domingo ou enfrentar sanções da União Europeia. Pelos últimos desenvolvimentos, parece que Gbagbo escolheu o banho de sangue.