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O "caso" da Jonas e da Ensitel tem provocado algumas reacções relevantes. As mais interessantes dizem respeito aos que saem alegadamente em defesa da referida empresa, por acharem que se trata de um "linchamento", um pouco em alinhamento com o comunicado da mesma no Facebook que menciona uma "campanha difamatória" assente em "factos absolutamente falsos" que a referida blogger terá promovido. Vamos a assentar uma coisa de vez (desculpem o tom pedagógico como se fossem criancinhas de 4 anos): o caso estava arrumado, a Jonas recorreu, em tempo devido, a um tribunal arbitral e perdeu; e conformou-se. Não vejo, portanto, nem revanchismo nem "campanha" nenhuma. Apenas uma coisa: contar a história no seu blog, que foi o que fez ao longo da saga e no fim dela. O último capítulo é de 22 de Maio de 2009. Finito. Pois na empresa alguém se lembrou de exigir que os posts fossem retirados. Como não foi obedecida, processo judicial. Não está em causa nem telemóvel, nem mau serviço, nem reparação ou indemnização. Aliás, ela explica tudo isso num post de há pouco. Vão lá ler, sff.

O que está em causa já foi (e continua a ser) amplamente divulgado: a espada de Dâmocles que pende sobre quem expressa a sua opinião sobre injustiças de que se acha vítima. A amplitude da reacção na blogosfera, nas redes sociais e na comunicação social foi uma surpresa? claro que sim, sobretudo para a própria Ensitel, que se vê agora enxovalhada, insultada em todo o lado. Uma péssima jogada de relações públicas. A imagem de uma empresa, a sua reputação, é uma coisa ingrata e delicada, demora anos a construir e esvai-se num passo infeliz. A Ensitel acabou de o dar. Nunca se livrará desta fama que lhe foi associada de forma indelével. Há uma estratégia chamada de "contenção de estragos", mas essa exige golpe de rins, rapidez e clareza de espírito, e a Ensitel provou, para além de uma prepotência e de um alheamento da realidade impressionantes, uma lentidão imperdoável.

Há um aroma de excesso em tudo isto. A começar pela empresa, claro, mas que alastrou às "redes sociais": subitamente, anos de rancores acumulados por maus serviços pós-venda, de desprezo pelos consumidores, de arrogância e de abuso por parte de muitas empresas, tantas, são descarregados em cima de uma só. Quem quer que leia isto tem uma, duas, muitas histórias idênticas por contar, eu à minha conta podia incluir a TV Cabo, a PT, a TMN, uma seguradora e o Fundo de Garantia Automóvel, pelo menos. A Ensitel paga as favas. Esperemos que lhe reste algum bom-senso e acabe com esta história infeliz, devolvendo rapidamente a paz à Jonas (que é o que ela pede); as empresas, essas, que aprendam a lição, e que isso se traduza num maior respeito pelos consumidores. A súbita tomada de consciência do "poder das redes sociais" acarreta, evidentemente, riscos. Não tardarão a surgir situações esconsas de "denúncias" de alegados "abusos" de algum modo idênticos. Num país tenso, crispado, em crise, desconfiado de tudo e de todos, pronto a atribuir outras "favas" à conta de infortúnios e dificuldades, os augúrios não são os melhores.

Mas há mais. Este caso serve igualmente para gracejar. Sobretudo por quem se acha engraçado mas não tem o sentido do ridículo, ao comparar e chamar à baila alhos e bugalhos, compondo frases desgarradas de várias autorias. Figuras tristes, muito típicas de quem o escreve. Na minha terra chama-se a isso "cagar postas de pescada" e verifico que há quem se tenha tornado perito.

 

P.S. - quando comecei a escrever este texto, podia jurar que a página do Facebook da Ensitel tinha um 3º comunicado onde se lia que a empresa não tinha mais nada a acrescentar ao "2º comunicado" (de ontem), e que ia prosseguir pela via judicial, que era o garante da democracia, etc. Agora verifico que já não está lá. Inversão da estratégia? Retirada? Mistério. Ah! acabou de ser reposta.

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