Competitividade
Vale a pena ler este artigo sobre o sucesso das Mittelstand (PMEs), o motor da economia alemã. Li e reli, e em nenhum lado a TSU, os custos unitários do trabalho ou competitividade/preço dos seus produtos surgem como factores críticos (ou sequer relevantes) para o sucesso destas empresas. Estas empresas são bem sucedidas porque são bem geridas, porque dão formação de qualidade aos seus empregados, porque investem e inovam e porque os seus produtos têm forte procura. É certo que a flexibilidade do mercado laboral foi fundamental durante o período mais grave da crise, mas esta flexibilidade (Kurzarbeit) é inteiramente distinta daquela que FMI e a maioria dos economistas mais ortodoxos defendem para Portugal. As famosas reformas estruturais, sobretudo as que os liberais qualificam de 'game changer', são mais um fetiche de economistas fechados sobre as suas próprias realidades metodológicas do que algo que decorra de uma avaliação séria e realista daquilo que permitiu à economia do país A ou B desenvolver-se e ser bem sucedida. Apesar de não dispensar a leitura integral do artigo, deixo aqui algumas passagens:
The typical Mittelstand is an unpretentious, quietly successful manufacturing firm run by its owners – often families covering several generations – with a loyal, local workforce that has been trained at the firm through apprenticeships
The Mittelstand behaved counter-cyclically: they tried to keep qualified staff, invested in research and development and sales, whereas many publicly listed companies with short-term performance pressures laid off people
Mittelstand firms such as machine tool-makers suffered heavily during the global recession but also bounced back quickly because their products are what Simon calls “postponable but indispensable.” They sell things that businesses absolutely need but rarely need right away.
Mittelstand firms also tend to make high-quality, specialised products such as machine tools that can’t be bought elsewhere. Emerging economies, most obviously China, can’t get enough of Germany’s well-made tools.
China may be the world’s factory, but Germany companies are building it