Está alguém em casa?
Um troço da Elias Garcia foi encerrado há bem mais de um ano devido ao risco de derrocada iminente de um prédio abandonado.
Desde então, têm-se multiplicado casos semelhantes, embora menos graves, nas Avenidas Novas. Aqui e acolá, os passeios estão vedados aos transeuntes junto a edifícios de paredes descascadas ou varandas periclitantes.
Por este andar, irão sucessivamente sendo bloqueados passeios e ruas, até tornar a zona numa ruína que os lisboetas se habituarão a evitar ou tornear.
Julgo que a legislação que permite ao estado expropriar os proprietários de casas cuja degradação põe em risco a segurança pública é excessivamente complicada. Ainda assim, surpreendem-me a inércia e o silêncio do município de Lisboa.
Todas as 5as feiras à noite, os lisboetas ficam a saber assistindo à Quadratura do Círculo o que pensa o Presidente da Câmara de Lisboa sobre o programa da troika, o desemprego galopante, as primárias nos EUA, a política de defesa nacional e por aí fora. Mas raramente se lhe ouve uma palavra sobre o estado da capital, que está aliás longe de ser brilhante.
Fico por vezes com a sensação de que nesta cidade temos um Presidente da Câmara absentista. Se António Costa não tem aqui a cabeça, deveria ter tirado as consequências em devido tempo e poupar-nos o interlúdio Seguro. Assim, como estamos, a situação nem é boa para nós nem para ele.