Relembrar que "a dor tem muito de cultural" a propósito de mutilação genital feminina é uma bestialidade, puta que o pariu! Ora veja as "diferenças culturais" da dor na cara destas meninas:
Jorge, espero que nunca seja apanhado nas - poucas - sociedades onde se pratica o canibalismo ou a escravatura. Imagino-o já dentro do caldeirão a ser cozinhado e em paz porque se trata de uma questão cultural.
A imagem é o jorge dentro de um caldeirão cheio de água fervente junto de uns legumes e ervas aromáticas a boiar e um balão de pensamentos fom os seguintes dizeres:
"perdoai-lhes Senhor é uma questão etnico/cultural"
Só para lembrar ..... os generais alemães julgados em Nuremberga também diziam que só estavam a cumprir a lei.
Errr .... esquecia-me ... muitos dos países onde se pratica a mutilação feminina (excisão parece-me uma palavra branda para tal crime) assinaram a DUDH e estão obrigados a cumpri-la.
Neste assunto ainda tenho mais unhas que a Ana, uma tradição cultural que não respeita a vontade, que mutila para sempre não é uma tradição mas um crime hediondo .... hediondo porque mutila para sempre toda uma população.
Já agora porque é que não defende o Carlos Cruz e o Jorge Ritto? Eles estavam unicamente a comer "carninha fresca" (para usar as palavras deles) na boa tradição dos poderosos abusarem dos indefesos.
E como bem sabe, jorge, os poderosos abusarem dos indefesos é tão antigo como a humanidade. É por isso que o direito só funciona se tiver força coerciva. Que é para - como dizia Sto Agostnho - dar a cada um o que é seu. Aos que praticam a mutilação feminina e/ou o abuso de menores a prisão e o ostracismo, e às vítimas a indemnização (por mero equivalente). A todos nós ..... alguma ... sensação de justiça.
Jaime, o que acabou de fazer é um malabarismo. É incomparável um crime dentro de uma comunidade com um ritual aceite por todos, muitas vezes por crenças religiosas. Como o Jaime sabe o crime significa que há uma violação das regras estipuladas e definidas (nem que seja autoritariamente) que tem por base um princípio. No caso de Nuremberga a relação também me parece rebuscada porque o que acontece é que há um genocídio e não uma questão cultural. Há uma tentativa de domínio actual e não histórico-cultural. Quanto à minha imagem no caldeirão também ela é rebuscada, porque como eu afirmei no meu primeiro comentário, essas situações são avessas ao meu conceito de sociedade. A questão que eu coloco é que a minha noção de sociedade não pode interferir com a de outros povos que praticam actos que me parecem animalescos (muitos deles que nem os animais praticam) quando isso acontece por questões histórico-culturais. Aquilo que é a minha noção de justo ou injusto do outro lado do mundo não faz qualquer sentido. As nossas regras são estabelecidas através dos princípios que estabelecemos para solidificar a nossa estrutura social. Compará-las com outras sociedades é não entender a diversidade do mundo.