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Os desconservadores

No debate sobre a igualdade no acesso ao casamento civil surgiu um tipo especificamente local: o do desconservador. É o conservador que desconversa. Não usa os argumento da Igreja Católica nem os dos que são favoráveis a uma união registada em vez do casamento. Não quer ficar conotado como reaccionário, muito menos como homofóbico. Mas não quer, de modo algum, aceitar a alteração. Na ausência de argumentos que não sejam baseados em formalismos jurídicos ou em definições de conceitos estabelecidos, desconversa. Não defende convictamente uma visão do mundo, uma ideologia. Não ataca convictamente outras. Desconversa. A discussão é um jogo de salão em que o que conta é quem tem a última palavra numa disputa. É a transposição para a esfera pública do simples gozo da discussão pela discussão entre amigos. Falha nisto uma coisa, aliás gravíssima: o reconhecimento de que o que diz afecta as vidas dos outros. E só dos outros.

4 comentários

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    António Parente 18.03.2009

    Estimada cristã

    Acordando a meio da noite por causa da tosse do meu filho e não querendo ler a lista extensa de comentários, pode explicar-me o porquê da acidez do Miguel Vale de Almeida e da algazarra que vai por aí abaixo?
  • Sem imagem de perfil

    S 18.03.2009

    Atente nas intervenções do advogado (17-03-09);

    http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?tvprog=23283

    Percebeu?
  • Sem imagem de perfil

    António Parente 18.03.2009

    Caro S

    Percebi agora mas discordo dos termos do post do Dr. Miguel Vale de Almeida. O Dr. Pedro Pestana Bastos usou argumentos por analogia que eram facilmente rebatíveis pelos Dr. Miguel Vale de Almeida e Isabel Moreira. Não o fizeram, preferiram dizer que era a "despropósito". Por que escolheram essa via? Provavelmente por que têm consciência que vivemos numa sociedade culturalmente conservadora onde os argumentos do Dr. Pedro Pestana Barros têm maior acolhimento do que é dado como adquirido. Aliás é por isso que se rejeita o referendo: não existe a garantia de vitória e por isso utiliza-se o argumento falacioso dos "direitos" para impedir que o tema seja afastado da decisão política por mais uma ou dias legislaturas. Será esse o caminho certo? Penso que não.

    Deixe-me que acrescente mais dois ou três reparos:

    1) O argumento da Constituição é fraco por que conduz a uma sacralização dum documento de natureza jurídica, o que é o pior que se pode fazer à Constituição; aliás o célebre artigo sobre não discriminação é uma autência aberração porque é função do Estado discriminar os seus cidadãos positiva e negativamente - é por isso que se pode dizer que "os ricos que paguem a crise", se dão isenções e beneficios fiscais, se dá assistência na saúde, se falam em reformas estruturais que beneficiam uns e prejudicam outros, etc, etc.

    2) O que está em causa nesta imensa discussão pública é dois modelos de sociedade em confronto devido à politização do tema (não é o mesmo que sucede noutros países, nomeadamente nos EUA) e às forças em confronto;

    3) Um dos argumentos do Dr. Miguel Vale de Almeida - que o reconhecimento pelo Estado do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo é um primeiro passo para que a sociedade "homofóbica" passe a ter respeito pelos homossexuais - é de uma ingenuidade cativante porque se há coisa que ninguém respeita neste país é precisamente o Estado e além disso o Estado não somos todos nós mas grupos de interesses que se vão revezando no seu domínio;

    4) A observação do Dr. Miguel Vale de Almeida relativamente aos argumentos de autoridade usados pelo Dr. Pedro Pestana Bastos pareceram-me descabidos dado que amiúde se apresentam argumentos de autoridade, nomeadamente duma associação psiquiátrica americana e da OMS. Ou se rejeitam liminarmente todos os argumentos de autoridade ou então não faz sentido valorizar apenas os nossos e desvalorizar os da parte contrária sem argumentos sólidos;

    5) Faz sentido o Estado discriminar positivamente o casamento heterossexual, colocando as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo num patamar diferente; quando surgir oportunidade em função de algum post poderei desenvolver esta ideia. Não tinha pensado nisso mas esta madrugada percebi isso durante a visualização do sociedade civil.

    Já agora deixe-me dizer que o programa não foi isento, foi uma clara promoção do casamento entre pessoas do mesmo sexo. A imagem em primeiro plano que surgia de vez em quando, a postura da Drª Fernanda Freitas, etc, etc, tudo jogou a favor do Dr. Miguel Vale de Almeida que, surpreendentemente, se mostrou bastante nervoso.

    Declaração de interesses: sou católico, não me assustam nem intimidam adjectivos tipo "homofobia" e afins.
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