O erro de Ferreira Leite
Ajudar a tesouraria das empresas é necessário para evitar falências, protegendo algum emprego, amparando algumas quedas de uma crise muito violenta. O tal "abalo". Mas teremos melhores resultados tentando igualmente proteger os planos de crescimento das pequenas empresas que, tendo nichos de mercado para crescer ou novos produtos para colocar, não sofram com o estrangulamento do crédito a que o sistema financeiro se terá que adaptar nos próximos anos. Os bancos já estão a anunciar o PME Invest IV, onde já participaram 25 mil empresas. Como é que isto é "ignorar as PMEs"? Só 10%? E isso é pouco em menos de um ano? Mas também me parece que, centrar uma política económica na liquidez de algumas empresas, como parece ser a intenção deste PSD, é muito redutor.
Pensar o país a médio prazo exige outro tipo de políticas. Outro tipo de ambição. Não bastam promessas de ajuda aos pequenos empresários. É preciso ter uma ideia sobre o que Portugal será no futuro.
As propostas do PSD são o regresso ao país pobre e remediado, resignado com o seu isolamento, incapaz de assumir desafios. Em alturas de crise é natural que tenhamos receio, e muitas dúvidas, mas é obrigação dos líderes enfrentar o desafio e assumir o risco próprio dos empreendedores. Só assim se combate esta crise.
O investimento público não é só despesa, deve representar também uma visão de futuro. A alternativa é resignar, baixar os braços, e esperar que a crise passe, enquanto os outros, também vão passando por nós.