Demita-se
«O presidente do Instituto Português de Sangue (IPS) negou hoje haver discriminação em relação a dadores homossexuais, argumentando que existem evidências científicas que provam que este é um grupo com potenciais comportamentos de risco. A Juventude Socialista e a Associação ILGA Portugal reagiram contra a exclusão. (…) “Por razões anatómicas, os homens estão mais expostos a doenças graves que possam ser transmitidas”, afirmou». E isto bate todos os recordes: «De acordo com Gabriel Olim, ser homossexual já é um comportamento de risco» (pode ouvir-se na TSF).Vale a pena sequer tentar desconstruir isto? Vale a pena sequer explicar a este presidente a barbaridade das suas declarações? O caminho certo é demitir este presidente sem mais delongas. Até porque outros responsáveis de organismos do Estado estão contra esta posição, como a Coordenação Nacional para a Infecção pelo VIH/sida. E depois tratar de resolver politicamente este assunto, já que o facto de os critérios que excluem os homossexuais serem internacionais não invalida que (e ao contrário do que diz aquele presidente) os países alterem essas regras. Isso aconteceu em Espanha e foi proposto (e recusado, e mal) pelo Bloco de Esquerda.
[Já agora,um relato pessoal. Fui recusado como dador uma vez (para um colega em risco de vida e infelizmente já falecido), quando respondi a uma pergunta sobre a minha sexualidade. Ninguém tem nada a ver com o assunto nem eu deveria estar a revelar isto, mas por gosto e maneira de ser (e não por moralismo) sou monogâmico e, como se costuma dizer, fiel.

