Vermelho de verme
Cinabre em algumas línguas, cinnabar noutras - do kinnabari de Teofrasto ou do zinjifrah persa -, são alguns dos nomes dados à forma alotrópica de sulfureto de mercúrio que foi a fonte principal da «prata viva» e da qual se produz o vermilion ou vermillion, o pigmento vermelho de eleição durante milénios.
O pigmento foi considerado um material de luxo durante o Império Romano e na Idade Média, utilizado, na Europa como em muitos outros locais do mundo, na produção de cosméticos que coloriam de vermelho unhas, lábios e maçãs do rosto dos mais abastados. O que não lhes augurava boa saúde uma vez que o mercúrio não é exactamente elemento que se recomende para contactos tão íntimos.
Outras designações para a cor são igualmente devidas a pigmentos ou corantes cujas origens se perdem na História. Entre eles encontra-se o quermes ou grã, um corante vermelho escarlate extraído das fêmeas grávidas do pulgão Kermes illici, que vive na orla mediterrânica sobre carvalhos ou plantas espinhosas como o azevinho. Crimson tem assim origem no cremesin com se designava em Espanha o quermes, que por sua vez deriva do latim medieval cremesinus (ou kermesinus ou carmesinus). Com a descoberta do Novo Mundo, descobriu-se um carmim mais intenso, o carmine produzido por outro pulgão, a cochonilha ou cochonilha-do-carmim.
Não sei porquê, recordei as origens, venenosas ou de vermes, das várias palavras que designam a cor quando li estoutras palavras vermelhas...
depois do azul, o vermelho em stereo no SIMplex