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da procriação e homofobia; direito à vida e outras coisas

 (Clique nas imagens para aumentar) A não perder! Lançamento amanhã, às 21h3omn, na Ler de Devagar, com concerto de Luísa Amaro com o seu Ensemble Mediterrâneo

  

PH (procriação e homofobia)

Risquemos então um fósforo
para se rever na História
homos e procriação:
Goebbels fez seis filhos
num buraco soterrado
com veneno os amou;
Michelangelo nem um só,
nem um doou à multidão.
Goebbels pariu Auschwitz
pela Besta fecundado;
Michelangelo a Sistina
David e a Pietà
em auto-superação.

Decididamente, sou
a favor da castração
do ego desabrido
que se multiplica malsão.
Decididamente, sou
contra o casamento
do nazi danado
com um mestre da Criação.

 

“Do direito à vida”

Até Quinhentos, a mulher não existia
Não tinha alma, antes de Trento.
Depois, mesmo sem ecografia,
Talvez por milagre, a Igreja teve tento.

Tento tolhido outrora na posição
Dos loyolas na cama do Poder.
Vai daí, sopra supra a Inquisição,
Foi prá queima o direito de viver.

Repete-se agora a triste história
Com bolor, passado meio milénio.
Há textos, ecografias, falta memória
Da treta a tratar-se por “convénio”.

Fica então o direito à vida assente
No cálculo ou cegueira por quinquénio,
Pois de costas para a razão o crente
Investe agora como há meio milénio.

 

“IVG”

Crescei e multiplicai-vos
Em prol de uma prole de trela
A encher o planeta de fedelhos
Apenas para parir conselhos
Sobre isto e aquilo sem parar
De pensar no sexo da solução
Do Tempo... d’abjurar, d’abortar...
Tendo em conta na alma os pintelhos
Da subtil arte da proliferação
Perdida à partida a favor dos coelhos.


Ou melhor:


Crescei e multiplicai-vos
Em prol de uma prole de trela
A encher o planeta de fedelhos
Apenas para parir conselhos
Sobre isto e aquilo sem parar
De pensar no sexo da solução
Do Tempo livre de joelhos
No coração da humanidade
Feita de anjos a pairar
Sobre o enxofre do inferno
D’abjurar... d’abortar...
O mundo tal como ele é
Segundo princípios velhos
Que acabam por ir ao ar
Ou pendurados nos pintelhos
Da subtil arte da proliferação
Perdida à partida
A favor dos coelhos.

 

“SG, nos ósculos de S. Macário”

Lambi ontem um cinzeiro inteiro
E hoje uma mulher que fuma
A vida com carácter e espírito
(Ninguém neste mundo é perfeito);
Ainda por cima, por debaixo
Era já beata, boa como o milho.

Sinceramente, face a Auschwitz,
O cinzeiro até nem soube mal.
Quanto à fumadora, fui logo a correr
À tabacaria, porque aceso ficou
O desejo do seu sabor a arder
Em mim, o costume em espirais de fumo.

Moral da história:
Na arte de bem oscular
Tanto o divino como a escória
Dever-se-á com critério atentar
Na mucosa que oscula por si
Em relação aos outros, modelar;
NUNCA, nunca ao que paira no ar.


P.S. A propósito do adágio bíblico
Lamber um cinzeiro
é o mesmo que beijar
uma mulher que fuma.

E se for homem, o fumador?
Vá, diga lá, S. Macário
Seu misógeno ou então .........
De qualquer modo, um lusitano
De cepa e verdadeiro.

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