Para falar verdade não me espanta
Aliás, em rigor a história do engenheiro e da secretária já tem barbas – agora mais requintada, é certo -, mas não consegui deixar de ficar incomodada, digamos assim, ao tomar conhecimento, via Shyznogud, da fantástica crónica da Isilda Pegado no "Público" de hoje.
Inacreditável a frase "avermelhada" - É certo que ela orientava a casa, mas ele também ajudava nas tarefas domésticas (como qualquer casal moderno...) -, mas igualmente grave é o modo como a violência doméstica é banalizada e perversamente usada para sustentar uma posição.
Por estas e outras, e estando nós em vésperas de início do Congresso Feminista, vale bem a pena ler a Ana Vicente no Caminhos da Memória. Deixo-vos um naco.
Porquê um Congresso Feminista em 2008? Porque um alargado número de mulheres e alguns homens, de diversas ideologias e histórias de vida, sabem que o/s feminismos fazem muito sentido num mundo onde persiste a violência contra as mulheres, de todas as idades, sob as mais diversas formas; onde o poder político, religioso, empresarial, económico, científico, continua a ser dominado e nomeado pelo masculino; onde a dificuldade da conciliação entre a vida privada e a vida profissional prejudica gravemente as famílias no seu todo.
Entendem que vale a pena pensar e agir para que as pessoas possam relacionar-se em dignidade, em liberdade, em autonomia, em diferença e em alteridade.

