barricado
pena não haver (não haverá?) no palácio de belém um daqueles labirintos típicos dos jardins palacianos. era mesmo o sítio certo para o presidente aníbal fazer o seu discurso de 5 de outubro entre muros, barricado contra os maus que o querem manipular, escutar, vigiar e obrigar a interferir nas eleições (que horror, que horror), sobre 'ética republicana' e 'transparência na vida pública'.
se o sr presidente fizesse o favor de dar o exemplo nessas matérias, por exemplo explicando como é seu dever que raio sucedeu a fernando lima, se continua ou não ao seu serviço e a fazer o quê é que era qualquer coisa. mas o sr presidente, como já todos percebemos, acha que está acima de cumprir os deveres e virtudes que prega e exige aos outros. o sr presidente se calhar precisa que lhe recordem o que é exactamente a república cujos princípios de mérito e igualdade papagueou, como quem fuma mas não trava. o sr presidente se calhar precisa que lhe recordem que os muros e os jardins de belém em que se refugia são uma quimera -- a do poder que o povo delega mas nunca entrega.
a propos, ler o pedro marques lopes e o paulo gorjão.