Take our money and run ...
Ontem a administração Obama decidiu cortar em 90% as remunerações em dinheiro para os executivos dos bancos que receberam fundos do TARP. E esta é daquelas medidas que têm tanto de inevitável e sensato como de ineficaz. De facto, é absurdo perceber que ainda a lamber as feridas de uma das maiores crises financeiras, 2009 será o 2º melhor ano de sempre em bónus, logo a seguir a 2007! Suprema ironia, ou outra coisa qualquer talvez um pouco mais ofensiva. No entanto, mexer nos salários de 25 pessoas em 6 ou 7 bancos fica um pouco aquém das expectativas, especialmente depois das tão discutidas alterações regulatórias. Na verdade, nos EUA poucas foram as alterações propostas e pouco se sabe do que poderá acontecer no futuro. E convenhamos, isso sim parece ser mais relevante. É bem mais importante perceber como se evita a próxima crise do que ir aos bolsos de uns senhores por terem abusado no descaramento com que lidam com as suas responsabilidades.
Entretanto, o regulador Inglês, de longe o mais proactivo desde o início da crise (provavelmente por problemas de consciência) apresentará hoje um relatório que promete "revolucionar a regulação financeira". O lema parecer ser: Tax on Size. Maiores impostos ou maiores necessidades de capital ou outras formas de impedir o crescimento dos bancos. Será o início de uma nova era? Não me parece. Depois da proposta dos conservadores Britânicos apresentada no último congresso de acabar com a FSA e concentrar as actividades de regulação financeira no Banco de Inglaterra, esta parece mais uma tentativa de mostrar trabalho e justificar a função.