Revivendo o passado em S. Bento
Dirigindo-se a Pacheco Pereira, o Primeiro-Ministro teve ontem uma tirada que lhe saíu muito mal: "Uma vez revolucionário, revolucionário toda a vida."
Se a ideia era desqualificar o adversário, é muito duvidoso que o tenha conseguido.
Sócrates tem o direito de se sentir orgulhoso de nunca ter sido revolucionário, embora eu não lhe gabe a preferência.
No melhor dos casos, pode alegar-se em sua defesa que teve a sorte de se fazer homem numa época em que isso já não era preciso ou já não fazia sentido.
Mas não se terá ele lembrado dos inúmeros ex-revolucionários que integram a sua bancada e o seu governo? Será que nunca conversaram sobre isso?
Se é esse o caso, estão sempre a tempo. Pode-se aprender muito com essas memórias.
Entretanto, Sócrates não se livra do remoque que a esse propósito (e com pleno a-propósito) lhe dirigiu Rui Bebiano.