Vou tentar ser muito simples: edifícios públicos não é o mesmo que espaços públicos.
E quanto a isto de haver "quem" queira retirar os crucifixos, sei lá, por exemplo das escolas, como o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, e como, sei lá, a Constituição portuguesa, não se trata de de agredir a Igreja católica, mas de defender a liberdade de todos, eu cá gosto de reler isto e isto.
É fantástico que se aproveite uma decisão idiota, xenófoba e que demonstra, como explica o Daniel, o perigo dos referendos a darem às maiorias o poder de limitar os direitos das minorias, para se equivaler a mesma à proibição de crucifixos (ou de símbolos de outras religiões) em edifícios públicos de um Estado laico.
Claro que não, Maria João. A Helena Matos tem razão. Não existe diferença entre edifício público ou espaço público. O edifício público é um espaço público interior. A Isabel considera espaço público apenas as ruas. É um erro.
Quem não tivesse uma forte dose de religiofobia, defenderia que todos os simbolos religiosos, incluindo o da associação ateísta portuguesa, pudessem ser colocados no espaço público, isto é, nos edifícios públicos. Aliás, daria um maior colorido à escola. Mas não. Laicismo para algumas pessoas é sinónimo de exclusão, de discriminação religiosa. Os suiços afirmaram-se como laicistas. Aliás fiquei surpreendido pela indignação da Maria João. De si esperava outra coisa. Talvez se indigne porque não é em Portugal. Um dia teremos a mesma situação e e eu quero ver como reagirá a Maria João.
P.S. - achei deliciosa a expressão "neurónios adormecidos" :-)
António Parente, está a falar a sério? Olhe que edifício público e espaço público são coisas distintas. Nem é preciso ser jurista para perceber isso. Vou-lhe dar um exemplo prático simples que toda a gente percebe: o meu filho nunca foi impedido de agitar na rua ou no parque, uma bandeira da Académica. Está a usar espaço público e desde que não dê com a bandeira na cabeça de alguém, está tudo bem. Chama-se a isto liberdade de expressão, de culto, etc. Mas se resolver pintar as cores do clube, ou pendurar a bandeira, na parede ou no interior de um edifício público, sem dar cavaco a ninguém, já é diferente. Percebe a ideia?
Percebo sim, Pedro. Só que me parece que a religião é mais importante do que o futebol. Colocá-los no mesmo plano analógico não me parece correcto. Percebeu agora o Pedro?
António Parente, eu só estava a explicar a distinção entre espaço público e edifício público. Era só esse o meu objectivo. Quanto ao resto, já que está nessa, não me parece que deva estabelecer hierarquias com as crenças e devoções alheias.... mas não seja por isso: Reformulo, então:
António Parente, está a falar a sério? Olhe que edifício público e espaço público são coisas distintas. Nem é preciso ser jurista para perceber isso. Vou-lhe dar um exemplo prático simples que toda a gente percebe: o meu filho nunca foi impedido de agitar na rua ou no parque, um pendão com uma figura religiosa. Está a usar espaço público e desde que não dê com o pendão na cabeça de alguém, está tudo bem. Chama-se a isto liberdade de expressão, de culto, etc. Mas se resolver pintar o simbolo religioso, ou pendurá-lo, na parede ou no interior de um edifício público, sem dar cavaco a ninguém, já é diferente. Percebe a ideia?