O que é que se passa hoje? Houve alguma inspiração colectiva para a malta desatar a escrever com enviesamentos propositados? Agora é o amigo da vida humana César das Neves a fazer o aparente elogio da ciência como última instância de referência na nossa sociedade perdida, para depois nos explicar como a dita, "a ciência torturada", coitadita, tem sido manipulada - ó Ana Matos Pires, tu tem cuidado - assim, por exemplo:
Eu até podia passar ao lado disto. Eu até podia não dar importância ao professor que se engana nas datas. Mas acontece que ele escreve de má-fé. Acontece que ele difama quem dá o melhor de si todos os dias contra o flagelo da SIDA, passando-lhes um atestado de menoridade intelectual. Acontece que ele escreve um artigo inteiro que passa pelo TGV e pelas alterações climáticas para chegar onde sempre chega: à sua homofobia primária e ao seu totalitarismo, esse que sonha com uma sociedade em que a lei seja o reflexo não da Constituição ou do parlamento, numa sociedade aberta e plural onde ele também tem lugar, mas da sua doutrina que defende com tanta (má) fé.
editado por Shyznogud às 16:00
27 comentários
nuvens de fumo 30.11.2009
O homem vira o disco e toca o mesmo, é obcecado com o tema dos homossexuais, e é ignorante relativamente ao clima.
Duas notas, Al Gore nunca se apresentou como um cientista , e nada do que ele disse foi posto em causa pela comunidade científica internacional.
O sueca born, não é cientista, tirou uma especialidade em estatística, não percebe nada de climatologia e tudo, rigorosamente tudo o que tem publicado tem sido criticado pelo comunidade científica internacional.
Mas o pior é que o debate não é entre estes dois personagens, que tem nome mediatico mas não académico.
O IPCC que é quem interessa, e caso alguém não saiba é o comité internacional de especialistas na área da climatologia, apoiados por todas as academias científicas de renome internacional, é quem analisa o material publicado.
Ao cair numa conversa estilo Maria da climatologia, Céasr das Neves demonstra a sua profunda ignorância sobre o tema e preguiça em pelo menos investigar alguma coisa.
Seria como levar a sério as previsões económicas de longo prazo em termos de bolsa, feitas por uma revista como a Ana mais atrevidas ( saudades ).
resumindo, saindo da economia, essa criatura treslê
Aliás para quem queira saber, Bjørn Lomborg (http://en.wikipedia.org/wiki/Bj%C3%B8rn_Lomborg)
é licenciado em ciências políticas, e isso não o torna especialmente dotado para falar de temas que não sejam ... bem não sei que temas se estudam em ciência !!! política, diria que há uma contradição óbvia nos termos, mas quem sabe, para fugir ao desemprego, lá foi inventando umas cabalas ....
E foi nestes termos que esta figura foi classificada
On January 6, 2003 the DCSD reached a decision on the complaints. The ruling was a mixed message, deciding the book to be scientifically dishonest, but Lomborg himself not guilty because of lack of expertise in the fields in question:[3] (http://en.wikipedia.org/wiki/Bj%C3%B8rn_Lomborg#cite_note-2)
Objectively speaking, the publication of the work under consideration is deemed to fall within the concept of scientific dishonesty. ...In view of the subjective requirements made in terms of intent or gross negligence, however, Bjørn Lomborg's publication cannot fall within the bounds of this characterization. Conversely, the publication is deemed clearly contrary to the standards of good scientific practice.
Ora...basicamente , preto no branco, não percebe boi daquilo que escreveu.
Isto é o que César das Neves compara com Al Gore, o qual nunca teve foi desmentido nas suas conclusões.
Mais uma vez, Al gore não é cientista , é um divulgador, algo diferente. Este tipo das Neves é insuportavelmente desonesto mentalmente.
O texto do João César das Neves merece alguma reflexão. A mim faz-me pensar se a forma como encaro certos temas é a mais correcta. Afinal o João César das Neves é um ilustre professor universitário.
está mesmo adormecido, ó antónio...não deve é valorizar as opiniões de ninguém só por causa do seu grau académico. ps: eu fui durante dez anos assistente universitária. sou mestre em direito constitucional e não professora doutora, grau que se obtém com o doutoramento.
Bom, pensei que tivesse percebido que me senti mais identificado com o o JCN do que com a Isabel em certos assuntos.
P.S. - Estaca convencido que era doutorada. Por norma, não pesquiso a vida de ninguém no google, só sei o que as pessoas dizem acerca delas próprias e colocam nos perfil do blogue e formei essa ideia errada não sei bem de onde.
não, luís, sou da faculdade de direito da universidade de lisboa. há dez anos que dou aulas de direito constitucional e de direito internacional público, mas sobretudo de direito constituional. este ano rescindi o contrato. estou admitida a doutoramento.
Começo por dizer que infelizmente só ontem descobri este blog. Não sou muito disto das blogosferas e julgo que até hoje só houve um blog que segui com regularidade (o daRússia de José Milhazes).
Quanto ao tema, fui ler a edição do DN hoje de manhã, como aliás faço todas as manhãs (estou neste momento na Índia, onde são mais 5 horas e 30, mas às 9 horas daqui a maior parte dos artigos do DN já se encontra on-line) e, como de costume deixei o melhor para o fim (o artigo de Ferreira Fernandes). Comecei então a ler o artigo de JCN. Li uma vez o artigo completamente e, confesso, pensei: "ui, ainda devo estar a dormir porque não percebi nada do que este quer dizer". Reli o artigo e voltei a pensar: "mas isto não faz sentido nenhum!". JCN tenta pegar num tema do qual sabe nada ou muito pouco, que são as alterações climáticas. Se já Al Gore de cientista (?) tem muito pouco, então lá o outro sueco é um verdadeiro charlatão (citando também o Zé Mário Branco =)). Digamos que é um Dan Brown das alterações climáticas. Bem, como ainda não tinha tomado café, fui tomar um duche e voltei a reler o artigo. Só à terceira comecei a perceber as intenções (ou será apenas intenção) do JCN. Todo o artigo, toda a treta sobre a ciência e experiências, tem como objectivo mostrar a sua homofobia. Não encontro outra razão para o artigo, sinceramente. Mas se o JCN queria escamotear os seus pensamentos sobre a (sua) homofobia, fazendo um artigo "requintado" o tiro saiú-lhe pela culatra. Nem o artigo foi bom/científico/cativante, nem ele conseguiu disfarçar o seu verdadeiro intuito.
Ao ler o artigo de César da Neves lembrei-me de um outro colunista, Joe Haines, que em 1991 escreveu um texto (http://img74.imageshack.us/img74/4820/haineshomophobeca5.jpg) criticando o estilo de vida de Freddy Mercury poucos dias após a sua morte devido ao HIV, morte essa que usou descaradamente para propagandear a sua homofobia. Nesse tempo, embora seja pouco provável, ainda lhe podia servir como desculpa a ignorância; a César das Neves nem isso.
"A melhor forma de combater a sida é evidentemente uma alteração de comportamento sexual evitando promiscuidade. Só que os médicos, que não se importam de impor as limitações mais dolorosas aos doentes noutras áreas, aqui preferem evitar polémicas e falam de preservativo. " Inacreditável, tive de reler este excerto várias vezes pois é difícil acreditar que alguém com mais de 10 anos de idade e aparentemente com um QI fora da gama do imbecil pudesse dizer tal coisa. De facto, incomoda-me bastante que este senhor ache que os médicos "falam" do preservativo para evitar polémicas. É óbvio que a melhor forma de não ser infectado pelo VIH nem sequer é a evicção da promiscuidade mas sim a abstinência assim como a melhor forma de não ter um acidente de viação é não andar de automóvel e a melhor forma de não morrer afogado é não chegar perto da água. O que me indigna é alguem adulto pensar que isso é possível ou que essa é uma boa estratégia para combater a disseminação da doença (aliás existem vários exemplos dramáticos da ineficácia dessa estratégia). Quanto às limitações dolorosas, e aparentemente este senhor acha que evitar a promiscuidade o limita dolorosamente, já mes estou a imaginar a dizer aos doentes, que têm de deixar de fumar, ou comer secretos de porco preto ao mesmo tempo que lhe limito o número de parceiros sexuais ou escolha dos mesmos. Penso que o Dr. César Neves está a confundir os médicos com sacerdotes. Haja paciência...!
Cesar das Neves e' uma pessoa muito especial. Nao esta ao alcance de todos enfiar numa so cabeca criterios rigorosos puramente analiticos com todo o tipo de preconceitos e sua justificacao em tudo o que nao meta economia. Ele e' duas pessoas numa so: um academico (ia escrever iluminado, mas nao da), e um idiota.
O que me irrita e' que use a posicao adquirida numa determinada area para falar de outras nas qualis a sua forma de pensar deveria envergonhar qualquer pessoa no meio academico. Deve ser dificil ser Cesar das Neves. Ele sabe-o melhor do que ninguem, dai as diversas falacias, tomando os outros por burros. Ja agora, conheco mais doutorados que sao perfeitos idiotas no geral do que licenciados (eu estou no meio dos dois, por isso estou 'a vontade para bombardear). Bom senso, empatia e tolerancia nao sao coisas que se precisem para ter graus academicos. Mas sao fundamentais para se obter credibilidade e respeito, coisa que esse senhor nao me merece.
Esta pérola, em forma de professor universitário (até podia ser o excl sr reitor...os titulos académicos não conferem qualidades, como bem o demonstra JCN) resolve, num texto que é de uma infelicidade extrema, reduzir e analisar questões várias...que são discutidas na crónica com uma base argumentativa que está bem ao nível da intelectualidade das Amebas...
A base do aconselhamento médico ao uso de preservativo está claramente demonstrada...é um método seguro, eficaz, de enorme utilidade preventiva das IST´s e ANTI-CONTRACEPTIVA. Só mesmo mentalidades amebianas é que consideram o preservativo um incentivo ao deboche...sinceramente, mas outra coisa não seria de esperar, veja-se esta ATERRADORA entrevista do Sr Prof Dr aqui há uns anos...http://jnverao.blogs.sapo.pt/5934.html
Este senhor devia pedir desculpa, não aos padres plas imbecilidades que diz, mas aos milhares de médicos, enfermeiros, psicologos e tecnicos de saúde em geral, que diariamente investem, investigam, divulgam e poe em pratica tudo o que de melhor se sabe no ambito da Medicina preventiva e prevenção primária da infecção por VIH/Sida.
Mas enfim, dá-se um desconto pronto, a quem não sabe minimamente aquilo de que está a falar...
em relação à homossexualidade, enfim, é disparate atrás de disparate...a ignorância cede ao preconceito, o preconceito arrasta a homofobia e atrás dela a imbecilidade. Percebeu-se, já há largos anos, que a homossexualidade é uma variante da sexualidade humana, e esta é dotada de caracteristicas de pluralidade de formas, é ampla e variada, muda quase de pessoa para pessoa... quase em 2010, JCN ainda não percebeu a base médica da exclusão da homossexualidade dos compendios de psiquiatria...há-de chegar a hora deste senhor, sem ele ainda ter percebido o que psiquiatras e toda a comunidade médica já entenderam há mais de 20 anos atrás...enfim, são limitações.
Só me (a)lembra dizer isto...Medicina, perdoa-lhe, que ele não sabe o que diz...
Tem toda a razão Damião. A minha estupidez da contra-negação. Mil desculpas. Leia-se só contraceptivo ou então anti-conceptivo :) E já fiz a cadeira sim. Chiça, que já não se pode uma pessoa enganar quando escreve rápido (e mal plos vistos).
Se as afirmações do Abominável não fossem tão "perigosas" eram apenas anedóticas, tal como ele. Mas infelizmente não é assim.
Aqui há uns anos, num domingo de verão encontrei a criatura numa passadeira enquanto o sinal vermelho não caia. Eu estava de calções e camisola de alças que mostravam as horas que dedico há mais de 15 anos ao supino. Cidade deserta e só eu ele e uma mulher que o acompanhava na berma da passadaira. Educadamente perguntei-lhe se era o Senhor Professor César da Neves. Assim com os títulos todos. O homem abriu-se num sorriso rasgado, com aquele sorriso de beato e imediatamente estendeu-me a mão. Apresentei-me e sem lhe largar a mão disse-lhe olhos nos olhos "é só para dizer que sou gay e jamais aceitarei ser discrimininado por pessoas como o senhor". O homem largou-me a mão de forma brusca e deu meia volta e literalmente fugiu com o terror estampado nos olhos. Deve ter tido medo que eu o espancasse ou coisa assim ou quiçá foi a correr lavar a mão.
O homem é anedótico, mas tem razão, não nos podemos apenas rir dele, porque ali há verdadeira "maldade"
Perigoso sem dúvida, destila veneno. A coragem não deve ser dos seus fortes , essa história é sem dúvida deliciosa. Pelos vistos é daqueles que acha que os mártires devem ser os outros , no caso dele.... ai