O que é que se passa hoje? Houve alguma inspiração colectiva para a malta desatar a escrever com enviesamentos propositados? Agora é o amigo da vida humana César das Neves a fazer o aparente elogio da ciência como última instância de referência na nossa sociedade perdida, para depois nos explicar como a dita, "a ciência torturada", coitadita, tem sido manipulada - ó Ana Matos Pires, tu tem cuidado - assim, por exemplo:
Eu até podia passar ao lado disto. Eu até podia não dar importância ao professor que se engana nas datas. Mas acontece que ele escreve de má-fé. Acontece que ele difama quem dá o melhor de si todos os dias contra o flagelo da SIDA, passando-lhes um atestado de menoridade intelectual. Acontece que ele escreve um artigo inteiro que passa pelo TGV e pelas alterações climáticas para chegar onde sempre chega: à sua homofobia primária e ao seu totalitarismo, esse que sonha com uma sociedade em que a lei seja o reflexo não da Constituição ou do parlamento, numa sociedade aberta e plural onde ele também tem lugar, mas da sua doutrina que defende com tanta (má) fé.