A propósito do "duelo" Nogueira Pinto vs Ricardo Gonçalves
O que ontem se viu na televisão apareceu descontextualizado, mas claro que o que Maria José Nogueira Pinto disse foi uma reacção (à laia dos corninhos do outro) a uma acção prévia - várias, segundo pude perceber - de Ricardo Gonçalves. O que admirei - e exalto - foi o facto de ela ter dito de microfone aberto o que bem lhe pareceu, mas que a moda diz não ficar bem proferir no escritório da nação. Tretas. Desde que não andem à porrada, não me choca minimamente a forma como aquela malta se trata. Com a condição essencial de que tenham tomates para o fazer de microfone aberto e de forma directa (e não sob a forma de tímido aparte) - coisa que a cobardia não permite a muitos deputados e que de resto esteve na origem da cena dos corninhos. Do que eu não gosto mesmo é de hipócritas. O ano passado andou-se por aí com a polémica do autista, numa tentativa de reduzir o vocabulário parlamentar. Mais tretas. Acho bem que de microfone aberto - condição essencial para esta minha licença - os deputados digam o que lhes apetecer. Gosto de coisas claras. E de actos assumidos, bem como as respectivas consequências.