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Ainda não li com atenção a proposta da Ana Jorge relativamente aos serviços de oncologia, irei fazê-lo e logo te direi a minha opinião. Estou a interpelar-te desde já porque usas o exemplo do fecho de maternidades para criticar a actual medida e, relativamente a esse assunto, discordo em absoluto da crítica implícita que fazes.
Há, em medicina, diferentes níveis de cuidados, daí a habitual divisão técnica em cuidados de saúde primários, secundários e terciários. Algumas especialidades médicas, nomeadamente a oncologia e a obstetrícia, são típicos casos de "fim de linha", isto é, não fazem parte da rede de cuidados médicos de proximidade imediata, razão pela qual me parece muito mais importante assegurar a qualidade de poucas unidades de ponta - poucas mas boas é bem mais importante que muitas e menos bem apetrechadas de meios técnicos e humanos. De resto existem determinações internacionais para aquilo que se consideram as boas práticas médicas e que têm em conta, entre outras coisas, o número mínimo de actos médicos/ano.
Para não me alargar mais deixo-te a opinião que a João aqui expressa, cuja partilho em absoluto, e repesco o que ela disse numa troca privada de mails com vários intervenientes onde o assunto "fecho de maternidades" estava a ser discutido: "faz muito mais sentido investir ou aumentar os serviços q podem EFECTIVAMENTE proporcionar o melhor acompanhamento possível das parturientes. Nós não estamos tão bem cotados nos rankings de saúde materno-infantil por obra do acaso, bem pelo contrário, o gde salto em frente deu-se qdo a Leonor Beleza fechou, e muito bem, a maioria das pintelhices onde se faziam partos em Portugal.".
Adenda: Já que estou em maré de citações familiares aqui te deixo outro link (os comentários devem ser lidos do fim para o princípio).