mais uma lançazinha na nossa venerável patrícia
Já não deve haver muita gente na blogosfera que não se tenha deliciado com as tonterias que a Dra (ou Professora Doutora, pois que não sei) Patrícia lança por aí. Mas eu não podia deixar de lhe dedicar uma ou duas palavrinhas. Por favor, dra, ou professora dra, não pense que com isto (mais a minha ainda modesta mas já algo propagada fama de estalinista irredutível) desejo de algum modo coarctar a sua liberdade de expressão. Confesso-lhe até, esperando que não leve a mal, que os seus escritos não só me maravilham como me parecem extremamente (EXTREMAMENTE) úteis. Nada é mais propiciador da tomada de consciência generalizada de que a discriminação das pessoas geralmente denominadas como homossexuais é intolerável que a clara assunção de posições missionárias como a sua. Nada tão favorável à luta do movimento de defesa dos direitos cívicos a que chama 'lobby gay' como a expressão de tão abalançada homofobia. Aliás, posições como a sua, dra, ou prof dra, são tão úteis que a dra, ou prof dra, parece ter sido inventada para servir os interesses que diz querer atacar. Continue que vai no óptimo caminho. De qualquer modo, se puder fazer o favor de explicitar exactamente o que defende para acabar com o tal do lobby e com a mortandade que ele provoca, agradeço muito. É que nos textos da sua autoria que li, limita-se a 'explicar' o 'nojo' que 'as pessoas' têm pelo sexo anal e a certificar ( com recurso a interessantíssimos dados) que este mata que se farta. Ora sendo a Patrícia, como sabemos, uma corajosa lutadora que não hesitou, segundo a sua biografia pessoal, em lutar contra Hitler, decerto não vai furtar-se a enfrentar, com todas as armas ao seu dispor, este outro grande perigo que ameaça a humanidade (entendendo-se por humanidade, naturalmente, o conjunto de pessoas com nojo do sexo anal que inclui pelo menos a Patrícia, uns amigos do Insurgente -- não todos --, o primeiro ministro polaco mais o mano gémeo, aquela malta evangélica americana e, pasme-se, o bom do Hitler, que mandava os homossexuais para os birkenaus para saberem o que era bom para a tosse). E já agora explicar que interesse teria um 'lobby gay' em limpar o sebo aos gays. A mim parece-me um pouco um contrasenso, mas nada como receber do seu límpido olhar mais uma luz para alumiar as trevas da minha ignorância. Por fim, Dra, ou Prof Dra, gostaria de obter uma reflexão sua, se tal for humanamente possível, sobre a brutalidade de mortes femininas (e de bebés) causadas ao longo da história pelo sexo vaginal com homens, nomeadamente quando este sexo dá origem a gravidez. Aconselho-a a fazer neste caso o que gosta de fazer nas suas pesquisas sobre 'sexo anal': recuar uns bons anitos, para o tempo em que as mulheres pariam sozinhas e sem recurso a ajuda especializada. Ou, em opção, dê uma olhadela nas estatísticas actuais de países como o Afeganistão, onde essa ajuda é ainda quase inexistente. Será que estas mulheres também morrem a rir, como esses grandes nojentos adoradores do cócó dos homossexuais masculinos? Adenda: pois que a dra, ou prof dra, pelas 1.41 da manhã (lindas horas, sim senhora -- é assim que mantém a sua propalada boa saúde?) declarou birra. Foi, diz, devido ao 'aparecimento de tanta imundície verbal'. Espero muito sinceramente que não tenha sido algo que eu disse. Até porque numa coisa não podiamos estar mais de acordo: os seus escritos sobre a necessidade de separar o 'sistema sexual/reprodutor' do 'sistema excretor' e o seu grito de revolta contra o flagelo do sexo anal, tiveram decerto, como a Patrícia -- modesta, sempre modesta -- reconhece, 'algum efeito positivo pedagógico'. Mas acho, sincera e ardentemente, que a Patrícia não deve deixar que meia dúzia de ordinários a soldo do lobby gay a calem. Continue a lutar pelo bem e pela liberdade como só a Patrícia. Lance-se a eles.

