A primeira
Depois da aprovação parlamentar da igualdade no acesso ao casamento, surge a primeira sondagem em que há um apoio claramente maioritário a esta medida.
Mais: há uma descida do apoio a um referendo sobre a questão, que deixa de ser maioritário, e uma inversão dos valores da sondagem de Outubro de 2008. E vale a pena marcar este crescimento exponencial do apoio à igualdade no acesso ao casamento (que em Espanha ronda já os 70%, poucos anos após a alteração da lei).
- Em 2006, o Eurobarómetro revelava um apoio na ordem dos 30%.
- Em 10 de Outubro de 2008, o apoio ultrapassava os 40%.
- E um ano depois a evolução continuava e deixava de haver uma maioria contra a igualdade.
O que interessam todas estas sondagens? Pouco, é certo, para a questão concreta. Até porque os direitos fundamentais são contra-maioritários, como a Isabel não se cansa de repetir. Mas revelam em todo o caso uma mudança da própria percepção pública da homossexualidade como resultado deste processo. Se a homofobia diminuiu? É inevitável, com a visibilidade acrescida de lésbicas e gays, com a banalização de um assunto que muit@s gostariam de manter como um tabu, com o crescente apoio social e político à igualdade e à luta contra a discriminação, com a mensagem que o Parlamento soube enviar e que foi audível um pouco por todo o mundo. Sim, a homofobia "resistente" também se tornou mais visível - e mais identificável; mas, muitas vezes, e comprovando a sua deslegitimação, tentando disfarçar preconceitos com conceitos, como explica o Pedro Múrias. É que a homofobia é cada vez mais motivo de vergonha - e isso é sem dúvida um motivo de orgulho.