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a patrícia põe ordinarões e fufas no lugar e o dr pacheco pereira aplaude de pé

Afiançando nada saber da 'tempestade' que desencadeou na blogosfera, a Patrícia Lança -- a mesma que a 1 de Julho afiançava 'não voltar ao assunto' devido a uma tal de 'tempestade de imundície verbal' que teria ocorrido -- diz ter, finalmente, feito uma busca pelo seu nome no google e descoberto as reacções as suas afirmações. Reagindo então (pela enésima vez, mas pronto, há coisas que merecem ajustamentos), às reacções. Manifestando-se desagradada com 'os idiotas e malcriados' de 'linguagem ordinária' que a comentaram, a Patrícia, que garante não ser 'dondoca', faz contas ao tempo que nos falta a todos para ter o mesmo tempo que ela. E afiança mesmo que andou a pesquisar piolhos e outras maleitas da promiscuidade e da falta de higiene aos 19 anos, enquanto membro do esforço de guerra e resistência dos britânicos contra os nazis, tendo tido até, também, de dar conselhos sobre os perigos de contactos sexuais 'promíscuos'.

Percebe-se do contexto que a Patrícia está a usar aquilo que considera serem argumentos de autoridade: é muito mais velha que as pessoas que a criticaram e já se preocupava com a promiscuidade sexual muitos anos antes de nós existirmos, tendo até tido que, nessa época, inspeccionar corpos, talvez até, homessa, quase despidos, de gente desconhecida, o que deverá ser lido como sinal indesmentível de grande desempoeiramento e sofisticação. Ao mesmo tempo, a Patrícia faz questão de responder ao Miguel Vale de Almeida. Com altivez, garante que não há motivo algum para o Miguel se congratular com o facto de ela, na sua idade, ser tão activa a escrever na blogosfera. Nada há de extraordinário nisso -- só em Portugal, diz a Patrícia, é que tal seria alvo de espanto. Porque somos irremediavelmente provincianos e atrasados e não nascemos, como a Patrícia, no estrangeiro de fora. Nada há então, garante a Patrícia, de admirável no facto de, na sua idade, ter blogues. Quem se admirar com isso é parolo (naturalmente, 'lá fora' é só octogenários na bloga). Temos é de a admirar por ter 82 anos e vivido muito mais que nós. E por já estar alerta há tanto tempo para os perigos da sexualidade 'promíscua' e para a problemática dos piolhos. Tão alerta tão alerta está a Patrícia e tanta experiência tem da vida, que não tem dúvidas sobre a natureza dos seus detractores. Parolos e ordinarões, como já vimos. Mas há mais: 'Uma nota especial para as senhoras com gostos exóticos que também se manifestaram na recente polémica: naturalmente havia também dessas na tropa feminina e eu, pela forçada convivência com elas, aprendi a ter alguma pena da sua deficiência. Isto é, pena, enquanto não tentassem aliciar as mais desprotegidas' Trememos só de pensar como reagiria a brava Patrícia perante esses tenebrosos aliciamentos. Metia alcatrão e penas, Patrícia? Ou era só chicoteamento público? Afinal, nessa época, Patrícia, os comportamentos homossexuais ainda eram crime -- na Grã-Bretanha como em Portugal como na generalidade do mundo. Admite-se então que tenha podido chamar a polícia de costumes e dado às exóticas deficientes o tratamento que mereciam. Bons tempos, Patrícia, antes de o mundo ter relegado essa criminalização para os países onde se lapidam pessoas pelas suas escolhas sexuais e amorosas -- os mesmos países que a Patrícia tão justamente ataca pela sua intolerância noutras matérias. Mas, cara Patrícia, nada disto em si me surpreende, lamento dizer. Não pela idade que tem -- afinal, conheço muita gente da sua idade com ideias muito menos anquilosadas -- mas porque já se tinha percebido como funciona a sua cabeça. Agradece-se mais esta tão eloquente e elevada clarificação, claro. Mas mais mas muito mais o facto de esta sua 'resposta' ter permitido ao Dr Pacheco Pereira abandonar a sua reserva majestática e entrar na polémica aos bravos por si, ramo de rosas rubras (ou, pensando melhor, talvez de outra cor) ao alto. Isso sim, é verdadeiramente surpreendente -- mas deve ser para mim, que não tendo nem 82 nem sequer cinquenta anos e, confesso, nenhum passado revolucionário adolescente (ou tardo-adolescente) para decantar e redimir, de vez em quando ainda dou comigo a surpreender-me com os 'lados' que as pessoas escolhem. Numa coisa, pelo menos nessa, temos de dar razão (e agradecer) à Patrícia: não há como remexer um bocado as águas para ver o lixo vir à superfície. Ah, e já quase me esquecia, Patrícia. Não tem que agradecer a publicidade aos seus blogues. Garanto-lhe que foi um prazer (acreditava já o ter tornado claro), embora decerto parco se comparado com o exótico prazer que seria conhecê-la.

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