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salgados, insossos e picantes

Então parece que agora a família da Carolina Salgado, a ex-noiva daquele senhor que preside há um ror de anos ao Futebol Clube do Porto, veio a público desmentir o que a Carolina escreveu naquele livro chamado Eu, Carolina que saiu há uns bons meses e que quando saiu foi lançado pela Carolina em grande confraternização com a família.

Vi ontem na TV a irmã da Carolina, que parece até que é gémea, embora não exactamente igual, a dizer que desaconselhou a irmã de escrever o livro, que o livro era só para a irmã se vingar do ex-noivo e o pôr a ridículo, que a primeira versão do dito (que ela tem lá em casa muito bem guardada) não tinha aquela narrativa do enxerto que a Carolina diz que mandou dar em não sei quem a pedido do senhor do Futebol Clube do Porto e que entre outras coisas fez da Carolina uma testemunha apresentada como fundamental no processo Apito Dourado. Mais: a irmã da Carolina, que se chama Ana (a propósito, não era esta irmã da Carolina que, grávida, teria sido pontapeada por um segurança do Porto?), acusa a equipa da Polícia Judiciária que está a investigar o processo de ter induzido depoimentos, insinuando a existência de uma cabala contra o presidente do Futebol Clube do Porto que incluíria interesse de outros clubes, nomeadamente o Benfica. Acusações às quais responderam não só a procuradora Maria José Morgado, que dirige a investigação (negando qualquer manipulação), como a própria Carolina, que ligou para a Sic afiançando que o dinheiro neste caso “fala mais alto que o sangue”. Tudo isto, que a gente até pode achar instrutivo (e é) e divertido (talvez) e sobretudo previsível (extremamente) é uma tão velha tragédia humana que dá vontade de muito elitisticamente lamentar que se leiam tão poucos clássicos em Portugal. Rapariga desprezada conta tudo para se vingar do ex-noivo, ridicularizando-o de forma obscena e denunciando histórias atrozes de desmandos e ilegalidades. Família apoia-a primeiro e ataca-a depois, acusando-a das piores aleivosidades. Rapariga acusa de volta. É tudo um nojo, é. Mas foi de matérias como estas – despeito, abandono, ciúme, raiva, ambição e vingança – que se construíram as mais sublimes tragédias da literatura. E muitas vezes é assim que as coisas se passam. Com salgados e com insossos, à vista ou mais escondido. No futebol como num banco comercial qualquer. (texto publicado na coluna Black Out do DN Sport de sábado)

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