Uma suspensão da democracia?
No início de Dezembro de 2008, para evitar uma moção de confiança que derrubaria o seu governo minoritário, o 1º ministro canadiano achou por bem suspender por 2 meses o Parlamento e a democracia. Em finais de Dezembro de 2009, Stephen Harper deve ter considerado que o Parlamento é uma maçada irrelevante e prorrogou de novo a democracia, considerando que os parlamentares só devem voltar do limbo depois de devidamente entretidos pelos Jogos Olímpicos de Vancouver, ou seja, em Março.
A oposição, que detém 2/3 dos lugares da Câmara dos Comuns, não apreciou sobremaneira as medidas que o PM canadiano considerou essenciais para combater a crise, entre elas a suspensão durante três anos do direito à greve dos funcionários públicos e do direito das mulheres a salários iguais para trabalho igual. Também não considerou muito interessante a intenção da oposição de investigar a forma como o governo conservador tratou prisioneiros afegãos. Entretanto, Harper nomeou cinco conservadores para o Senado, formado por membros vitalícios indicados pelo PM, o que lhe dá maioria nesta câmara. De acordo com Harper, as nomeações dos seus colegas de partido são um passo na direcção de um Senado democraticamente eleito (?) e são necessários para o governo implementar a sua agenda do crime. Mais, considera que «The opposition have abused their Senate majority by obstructing and eviscerating law and order measures that are urgently needed and strongly supported by Canadians».
Sobre este assalto inesperado à democracia em terras nominalmente de Sua Majestade, vale a pena ler este artigo no Chronicle Herald.