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Pedro, o puro, ou da manifestação obrigatória

Pensava eu que o direito de manifestação era de exercício livre, quando vejo que Pedro Lomba, o puro, cuja idoneidade já tive a paciência e o gosto de defender, decide, num extraordinário processo de intenções, que o Jugular - esse "corpo" - não se junta à manifestação de hoje pela "liberdade de expressão" porque a maioria dos seus membros "não tem autonomia".

O mesmo Pedro Lomba que acusa Pedro Marques Lopes de cobarde, entre outras coisas, porque lhe parece que aquele faz acusações em abstracto, estava, nesse texto, afinal, a escrever sobre si próprio.

Convido-te, pois, Pedro, a escreveres um texto, bastante longo, julgo que já te dás importância para tanto, um livro mesmo. Poderia chamar-se assim: "o triste destino de Pedro Lomba".

Digo isto com muita pena. Muita, Pedro. Conheces-me e conheces o percurso de muita gente do Jugular. Quem pensas que és para julgares da falta de autonomia das pessoas? Tu, que foste vítima da publicação de um despacho que te colou ao poder laranja, e que tiveste, precisamente no Jugular, pronta defesa? Conheces aqui gente, quase toda ela, sempre desligada do poder, muitas vezes, na sua vida, contrapoder, tomando posições difíceis, arriscando a carreira, como te atreves?

Não, não concordo com a manifestação. E não concordar com a manifestação não é essa coisa simples, como tu afirmas, de estar contra a liberdade de expressão. Sou doentinha pela liberdade, caro amigo, desde logo pela liberdade de imprensa, e, também, pela privacidade, e pelo respeito pelo segredo de justiça, e pela reserva da vida privada, e por um Ministério Público e uma magistratura em geral que me proteja, e por juízes imparciais que não façam política.

Há muita coisa a discutir, sabes? E esta manifestação é uma instrumentalização de uma liberdade para confirmar uma tese de asfixia na qual eu não me revejo. Com a tua licença, claro, e se tu, governador civil da minha consciência, me permitires o direito de não me manifestar sem com isso perder a minha autonomia.

Isto vale para mim e para esta "gentinha" do Jugular que não chega aos calcanhares do enorme percurso cívico do Pedro, claro.

Já caíste em ti a esta hora? Posso parar? Passa bem, Pedro.

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