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Iraque, sete anos depois

As primeiras horas de votação das eleições parlamentares no Iraque foram marcadas por explosões que fizeram pelo menos 25 mortos e 65 feridos, cumprindo as promessas do Islamic State of Iraq, próximo da al Qaeda, que decretou um domingo de recolher obrigatório e prometeu «a fúria de Alá» para aqueles que não obedecessem às suas ordens e se aventurassem nas ruas.

 

As urnas abriram às 7h locais (4h em Portugal) para permitir  que os potenciais 19 milhões de eleitores  possam escolher  325 representantes de entre os cerca de 6200 candidatos (entre os quais 1700 mulheres) indicados por 86 listas políticas, algumas delas seculares mas na sua maioria ligadas a movimentos religiosos, shiitas e, pela primeira vez, sunitas.

 

Três partidos têm hipóteses de formar, em coligação, o próximo governo do Iraque, que muitos observadores consideram poder demorar alguns meses a ser formado, dada a pulverização prevísivel do eleitorado. O partido Estado de Lei, um grupo predominantemente shiita dirigido por  Nouri al-Maliki, o actual PM; Iraqiya, um partido secular liderado por  Iyad Allawi,  primeiro-ministro seis meses, nos tempos do procônsul americano Paul Bremer, e a Aliança Nacional Iraquiana, que reúne os grupos islâmicos shiitas do Islamic Supreme Council no Iraque (ISCI), que se considera ter ligações próximas ao Irão, e o movimento sunita de  Moqtada al-Sadr.

 

A composição do governo está fortemente dependente dos votos curdos e há alguma incerteza em relação a estes votos já que a União Patriótica do Curdistão (PUK) do actual presidente, Jalal Talabani, foi fortemente contestada no período de campanha e muitos, em particular os jovens, veêm num dos opositores, o partido Goran, o segundo partido mais votado nas eleições provinciais de 2009, uma saída para a corrupção e falta de democracia do país.

 

A incerteza e violência que se vive no país em vésperas da anunciada retirada das forças americanas e quase 7 anos após a invasão do país  tornam ainda  mais incompreensíveis as declarações de Gordon Brown à comissão de inquérito. De facto, na sexta-feira Brown declarou que o apoio entusiástico de Tony Blair à invasão do Iraque «foi a decisão correcta, tomada pelas melhores razões». Talvez, como Blair, o actual PM britânico considere o mundo dividido em bons, nós, e maus, os outros, e o seu enviesamento de confirmação não lhe permita conceder que os bons também se enganam.

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