... não vi aflorada a questão que, naquele caso (dado o regime especial em que estão inseridos os advogados), se impunha: quantos pais das crianças com mães advogadas gozam a licença de parentalidade por inteiro? Ou por serem filhos de advogadas as crianças em causa não têm direito, como todas as outras, à presença de um dos pais junto de si durante os primeiros meses de vida?
De cada vez que vejo tratada a licença de parentalidade nos media fico com a sensação que ninguém ainda percebeu que esta pode ser gozada por um ou outro dos pais, é uma decisão do casal (qualquer que seja o motivo da mesma). E este facto não é irrelevante para uma série de outras questões, como bem dizia esta manhã no fórum da Antena 1 Elza Pais, uma maior equidade no gozo desta licença é meio caminho andado para desaparecerem algumas das diferenças ainda existentes em termos de carreira profissional entre homens e mulheres.
Se me explicar em que medida é que é uma analogia, talvez me consiga rir consigo.
O dia em que as crianças nascerem sem o contributo de um homem e de uma mulher, poderemos ter esta conversa. Será um dia feliz para a Shyz e para a Ana, que verão eliminada a discriminação na Natureza, mas um dia esquisito.
Até lá, um pai e uma mãe não terão um papel igual no nascimento e desenvolvimento de um bebé.
Não se esforce, qdo para rir são necessárias aulas de apoio o melhor mesmo é manter-se sério. Entretanto sugiro-lhe q não fale pelos outros, pode ser? Onde viu recusado o papel diferente do pai e da mãe no nascimento e desenvolvimento de um bebé? Desde logo diferente pq são duas pessoas diferentes - toda a relação dual, e tb a relação progenitor/filho, vale nesse contexto dual e deixa de existir se um dos dois elementos é substituído, passa a ser outra relação dual q com a anterior partilha um dos elementos -, o que não exclui a possibilidade de uma mesma acção, tarefa ou cuidado, p ex, poder ser desempenhada por qualquer um dos progenitores.
Será que na escola onde frequentarei as aulas de apoio para aprender a rir das suas piadas lhe poderão ministrar outras aulas de apoio, estas para ensinarem à Ana que por mais que a minha bebé se esforçasse para me abocanhar o peito, nunca a consegui amamentar? Por muito dual que a nossa relação fosse, tal não foi possível.
Incrivelmente, também nunca vomitei com enjoos de grávida (embora tenha ficado bastante agoniado quando uma vez entrei na casa de banho e me deparei com uma poça de massa à bolhonesa semi-digerida - pelo menos, acho que era isso - que a minha mulher se esqueceu de limpar. Pelo menos, ela diz que se esqueceu...)