PEC e o corte nas despesas sociais
Anos 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Prestações sociais em % do PIB 19,9% 21,8% 22,1% 21,9% 21,8% 21,5%
(fonte: quadro IV.5 do PEC)
Isto vale o que vale, mas importa colocar as coisas em perspectiva - sobretudo na perspectiva correcta. Quando se fala em corte nas despesas sociais, é preciso não esquecer que, primeiro, as políticas anti-crise têm de ser temporárias, segundo, há compromissos de redução da despesa que não podem ser ignorados e, terceiro, que em 2013, isto é, mesmo depois de todos os cortes draconianos que este PEC prevê, as prestações sociais ainda estarão bem acima dos valores de 2008. Mais: não tenho aqui os dados, mas convinha recordar que, entre 2005 e 2008, já tinha PS investido de forma muito significativa na área social, corrigindo e invertendo a trajectória seguida pela aliança PSD-CDS. É certo que se corta, mas há cortes e cortes - e há uns mais injustos que outros. A justiça é sempre a justiça possível, não apenas a desejável. Em todo o caso, este PEC não implica a destruição do património construído pelo PS, antes pelo contrário. Tudo depende do horizonte temporal que escolhemos para fundamentar a nossa posição.
(este post é dedicado ao Paulo Pedroso e ao Pedro Adão e Silva)