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Neves contra Neves

Escrevi isto:

"É preciso deixar uma coisa bem clara: não pode haver direitos adquridos sem atender às condições de possíbilidade dos mesmos - e isto não é uma opção ideológica, é uma fatalidade inultrapassável."

E o Zé Neves respondeu:

"a definição do que é ou não é uma fatalidade e do que é ou não é inultrapassável não é indiferente às opções ideológicas de quem define o que seja uma fatalidade inultrapassável. Porra, isto devia ser óbvio, aliás, era a única coisa que devia ser óbvia para alguém com um mínimo de seriedade intelectual"

Segundo as palavras do Zé Neves, a minha afirmação é ideológica. Acredito que esteja a falar a sério, mas o que diz não faz qualquer sentido. Somos seres situados - situados numa determinada realidade histórica, social e económica. Daí a situação ser...uma fatalidade. Até aqui não há ideologia, só ontologia: limitei-me a dizer que os direitos não são independentes das condições históricas que os tornam possíveis. Dizer que podemos falar de direitos garantidos sem atender à sua condição de possibilidade é uma evidência que, porra, devia ser óbvia, aliás, era a única coisa que devia ser óbvia para alguém com um mínimo de seriedade intelectual. Quando Marx escreve: Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado, está a revelar um aspecto constitutivo da acção humana, que só não é inultrapassável porque Marx defende uma leitura finalista da história, que redunda na abolição, não desta ou daquela situação concreta, mas de toda e qualquer situação.  E é por isso que a Liberdade de Marx é vazia.

 

Não é preciso ler nem o White nem o Boaventura para se chegar até aqui. 

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