Quando os manipuladores são os adultos
A propósito do, tudo assim o indica, acidente mortal de um jovem durante uma viagem de finalistas o JN publica uma peça jornalística onde são tecidas considerações e feitas generalizações que, mais uma vez, me tiram do sério e reforçam a minha convicção do quão errado, contraproducente e perigoso é a "psicologização" da vida em geral, e dos comportamentos adolescentes em particular.
Estamos a falar de gente no final da adolescência, na maioria dos casos, espero, gente que já teve outras experiências de férias sem progenitores e que, pelo menos uma parte significativa, estará na faculdade daqui a poucos meses, alguns fora da casa da família de origem. Aconteceu-me a mim nessa idade, há uns anos atrás, e eventualmente acontecerá à minha filha no próximo ano. Estará ela menos preparada que eu para essa "autonomização"? Francamente não me parece.
Há que não fazer extrapolações vindas do nada, acima de tudo há que não baralhar conceitos, um acidente é isso mesmo, um acidente, e ninguém deprime por ouvir um não, sobretudo se for manipulador. Falemos dos riscos, anotemos a necessidade das regras - de facto os adolescentes precisam de regras, quanto mais não seja para as quebrar, também faz parte do crescer -, mas não sejamos alarmistas nem, sobretudo, manipuladores.
(Em estéreo)