não fazem ideia
do que eu estou saturada de ver toda a gente falar de pedofilia como sinónimo de abusos sexuais de menores. é que não só não é a mesma coisa como impede as pessoas de perceberem que o abuso sexual de menores surge muitas vezes não porque o abusador tenha atracção sexual específica por menores (que é a definição de pedofilia, caso ninguém tenha reparado) mas porque o menor está 'à mão'.
mas há, é claro, muito pior que esta confusão. há textos como este. em que a coisa pior, e é já muito má, não é a que a ana identificou neste post. é esta frase que, como poucas coisas que li nos últimos tempos, me fez estremecer de fúria:
'Não importa que os processos fossem rigorosos e transparentes, as condenações uma ínfima minoria dos casos julgados e pouquíssimas face às execuções civis, numa épocas de pena capital habitual'.
esta frase é sobre a inquisição.
claro que podia olhar para isto e frisar que alguém que diz isto se desqualifica em relação a todo e qualquer assunto que envolva a sua noção de igreja católica. mas alguém chamar aos processos da inquisição 'rigorosos e transparentes' ultrapassa um bom bocado os limites daquilo que estou disposta a aceitar como 'diferença de opinião', desculpem lá. dizer que os condenados da inquisição o foram em processos justos (que outro significado para 'rigorosos e transparentes'?) é coisa que vai muito para além da idiotice ou até da canalhice. é uma iniquidade. uma iniquidade que mostra bem as enormidades de que é capaz o fundamentalismo católico -- e o perigo que, como todos os fundamentalismos, representa.