Roth não esteve na FLAD
Um tédio. Uma desilusão. Confirma-se: um bom escritor nem sempre é um comunicador competente. Gonçalo M. Tavares não soube falar de Roth porque não foi capaz de apresentar algo que se aproximasse a uma leitura pessoal da obra do autor americano. Para além de uma série de afirmações disconexas e digressivas (que serviam sobretudo para falar de outros autores, sem contributo evidente para a interpretação de Roth), não se viu muito mais. Pensei que estava a assistir a um preâmbulo analítico sem grande fio condutor, aplicável a uma série de escritores—uma espécie de proto-enquadramento para uma conversa futura. Gonçalo M. Tavares terminou mostrando uma fotografia de uma instalação de um artista americano (não me recordo do nome): no meio de uma floresta, um abrigo com a porta soldada. Um abrigo inacessível (impossível?). Devia ter começado por aqui.