Pior a emenda que o soneto
Os anúncios que referi no post «Mas então isto não era um país tão ultra-católico que foi precisa a tolerância de ponto?»* aparentemente causaram tanta hilariedade que, mais de um dia depois, lá foi cozinhada a explicação para a coisa. De acordo com o Público, «A Adecco Recursos Humanos informa, em comunicado, ter sido contactada por uma “empresa de organização de eventos” que “decidiu desenvolver uma acção de comunicação” ( não explicitada) aproveitando a deslocação de Bento XVI a Portugal, entre 11 e 14 de Maio, em Lisboa, Fátima e Porto.». Ainda segundo a empresa de emprego temporário, devido à urgência da coisa, «o título do anúncio colocado referia, erradamente, que se tratava da contratação de apoiantes ao Papa Bento XVI, em vez de apoiantes a uma acção a decorrer durante a visita de Sua Santidade»-
A mesma urgência deverá certamente explicar que a baralhação se tenha transmitido aos entrevistados. De facto, de acordo com um deles, contactado pelo Sapo, foi-lhe «transmitido que esta acção de apoio ao Papa no Porto procura minimizar os efeitos de possíveis manifestações "anti-Papa" durante a missa de Bento XVI na Avenida dos Aliados».
*Curiosamente, foi hoje revelado o resultado de uma sondagem da Intercampus para a TVI que indica que mesmo os que se identificam como católicos em Portugal discordam do Papa (para que não se recrutou claque) nos assuntos que têm sido a imagem de marca do seu papado. Assim, não só a maioria dos católicos é a favor da despenalização do aborto e da eutanásia, como a esmagadora maioria é a favor da utilização de contraceptivos, 95%, e de relações sexuais antes do casamento (84 %).