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Cronologia de uma triste história e mais uns pozinhos

Quando li a notícia avançada pelo Público fiquei, naturalmente, chocada. Foi no twitter e minutos depois alguém me garantia que a notícia era falsa. Tive dificuldade em acreditar em tal e escrevi, por volta das 15h30m/16h, o seguinte "presumo - mas como sabes sou muito desconfiada - que o público não mandasse uma notícia destas para o ar sem base (se o fez lá vai mais um prego para o caixão da credibilidade jornalística portuguesa).". Logo depois escrevi o post que está mais abaixo e comecei a tentar perceber o que era ou não verdade. Enquanto isso, acontecia o que já vem sendo tradicional na informação em Portugal, jornais e sites noticiosos copiam-se uns aos outros de forma acrítica e se a origem fez asneira, esta é propagada exponencialmente.

Ao início da noite começam a surgir os desmentidos. Comecei por vê-lo no DN. Não sei se foi o primeiro a fazê-lo ou não, sei, sim, que à hora em que adendei o post o site do Público ainda mantinha a notícia original, enquanto no twitter se assistia a um lastimável espectáculo,  ver Luciano Alvarez a descartar responsabilidades dos jornais (mais especificamente do jornal em que escreve), imputando-as ao Benfica TV. Deixo de lado - por agora, por agora - o Benfica TV e atiro-me aos jornais ditos de referência. Como é possível propagarem uma notícia destas, potencialmente incendiária, sem cuidados mínimos? Confirmaram-na junto dos hospitais? Junto da PSP? É assim que se fazem notícias em Portugal?*
Mais incrédula fiquei quando, ainda no twitter, li a descrição do que tinha acontecido no Benfica TV. Junto uma série de tweets do Alexandre Calado para se perceber a história toda "Aquilo foi no programa Jornal do Benfica. O pres. da casa telefonou para contar o que se passou em Braga. Fez um discurso excelente,pacificador, atribuindo a responsabilidade do vandalismo e das agressões a uma minoria de fanáticos, sublinhando que a gente de braga é pacífica, que têm festejado os êxitos do benfica e que era um caso pontual. a meio disto o pedro guerra interrompe falando da morte de um adepto. sem quaisquer informações, nem nome, nem idade, nem circunstâncias. o pres. da casa só disse que tinha informaçõesnesse sentido. não havia ali qualquer facto confirmado. o pres. da casa voltou a repetir discurso pacificador. o guerra prometeu homenagens na benfica tv ao adepto e merdas do estilo. não sei no noticiário das 14 isso foi pegado.". Este senhor Pedro Guerra, que parece ter estreitas ligações ao Benfica, espero que tenha o tratamento adequado por parte do clube. Mas nada disto desculpa a irresponsabilidade do Público. Um palhaço qualquer diz uma merda numa TV e toma-se de imediato por verdadeira? O que é isto? Há um contrato de confiança implícito entre um jornal e os seus leitores... ou não?

 

* A Isabel, desenrascada, conseguiu fazê-lo.

 

Adenda de dia seguinte: sobre o mesmo tema leiam-se "Uma derrota para todos" e "O papel do Público na falsa morte em Braga" do Marco Santos e "Caso da notícia falsa de adepto «morto», ou o problema da cadeia cega" do Paulo Querido

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