As crónicas do sociólogo Gonçalves, as "correcções" à edição anterior e as maxi-súmulas (the maxi the best - o caso obriga) dos posts que o Luís Rainha despeja num dos blogues da revista (acho que é o da esquerda de quem olha). Claro que as "correcções" sofrem de um vício que as torna menos interessantes em relação aos parceiros de delícia: são correcções ergo têm um apego desinteressante à realidade das coisas.
Um abraço forte, daqueles assim mesmo muito, muito fortes, daqueles que também servem para esmagar os bichos nojentos que teimam em nos moer. Às vezes quase deixamos cair os braços, quase desesperamos, quase desistimos, às vezes. Desenganem-se os desgraçados, não passam de meros bichos nojentos.
Deste cabo de mais um, "comeste" o animal. Salta daí, "vem depressa, sim?". No entretanto lê com a M. "O Salazar nunca mais morre",as "cartas de África em tempo de guerra e amor" do avô Manuel.
PS: Falo de "O Salazar nunca mais morre", de Manuel Beça Múrias, acabadinho de sair pela mão da Planeta. Escreve Joaquim Furtado no Prefácio "Nunca deixamos de ver o jornalista que observa os factos e, repetidamente, afirma a intenção de os não silenciar: «Tudo isto tem de ser dito e escrito»". Para pensar.
Já que, nesta era obcecada pela quantificação, estamos condenados a trabalhar para as estatísticas, ao menos que seja para aquelas que mais interessam.
É esse o tema do meu artigo de hoje no Jornal de Negócios, que pode ser lido na íntegra aqui.
Bem me dizia uma amiga aqui há uns anos a propósito de algumas coisas que ainda lhe causavam espanto e em relação às quais jurava a si própria não mais ficar perplexa: "a partir de agora o meu queixo nunca mais se 'a'baixa de pasmo, só se 'a'levanta". Que estúpida sou por não ter aprendido, talvez não tivesse tido uma abrupta subida dos níveis noradrenérgicos ao ler isto.
Desde logo adjectivar de "extemporânea" a saída de quem quer que seja de onde quer que seja exige, de acordo com os meus princípios, conhecimento do sujeito em causa e dos factos, coisa que, arrisco a afirmar, não me parece ser o caso. Por outro lado, corrijam-me se estiver enganada - não vi (ainda) o último "A Torto e a Direito" porque no horário em que foi apresentado estava em fantástica companhia a papar um manjar divinal preparado por uma grande amiga, chilép, chilép, chilép -, mas que tenha dado por isso, o Freeport foi discutido apenas num dos programas até agora emitidos pelo que me parece pouco correcta e abusiva a opção de escrita usada.
Em todo o caso a verdade, verdadinha, é que tudo isto são amendoins comparado com o primarismo machista medíocre da portentosa frase "Há um elemento que equivale a uma admissão de culpa do Primeiro Ministro nas tentativas manipulatórias e de condicionamento brutal da opinião pública: a saída (...) de Fernanda Câncio..."
Não me venham relembrar a minha relação de amizade com a Fernanda porque das duas uma, ou vão corridos a asneira que ferve ou a um desprezível silêncio, logo decido o que me apetece. E pensar que já passaram 35 anos sobre aquele longínquo ano de 1974. Puta que pariu estas cabeças piquirritxas.
PS: Tenho uma dúvida, a palavra "manipulatórias" existe? Antecipadamente grata pelo esclarecimento.
Adenda: Tenho outra dúvida. No mesmo texto que a f. lincou Mário Crespo escreve "Já há mais jornalistas a contas com a justiça por causa do Freeport do que houve acusados por causa da queda da ponte de Entre-os-Rios.". Houve jornalistas acusados da queda da ponte de "Entre-os-Rios"? Quantos? Quais? Obrigada, outra vez, pela disponibilidade de todos os que me puderem elucidar, gosto de andar bem informada.
Pundits have been feverishly speculating about what Barack Obama's most important accomplishment is in the past 100 days. I say it came today. Senator Arlen Specter is switching from the Republican to the Democratic party. The specter of Specter as a Democrat will enrage Republicans and should come as big relief to Democrats. in Huffington Post. Mais sobre a mudança política do senador da Pensilvânia no Washington Post. Um excerto da declaração de Specter sobre a decisão:
"I have been a Republican since 1966. I have been working extremely hard for the party, for its candidates and for the ideals of a Republican Party whose tent is big enough to welcome diverse points of view. While I have been comfortable being a Republican, my party has not defined who I am. I have taken each issue one at a time and have exercised independent judgment to do what I thought was best for Pennsylvania and the nation.
Since my election in 1980, as part of the Reagan Big Tent, the Republican Party has moved far to the right. Last year, more than 200,000 Republicans in Pennsylvania changed their registration to become Democrats. I now find my political philosophy more in line with Democrats than Republicans."
O Henrique Raposo tem tendência a entusiasmar-se com o que escreve, o que prejudica a lucidez e a consistência das suas ideias. Que ele ache que a política é um simples jogo de poder, é lá com ele. Não é uma visão da vida política que eu partilhe (e queira partilhar), mas não deixa de ser uma interpretação respeitável. O problema é que esta ideia parece contradizer o seu entusiasmo por Barroso. Se "todos os políticos são “oportunistas sedentos de poder e reconhecimento", a ideia que Barroso é um político com "tendências liberais" não tem qualquer fundamento. O correcto seria dizer que Barroso é um liberal quando lhe convém. Por isso, se o Henrique quiser ser coerente, devia limitar-se a admirar instituições.
Hoje é possível ajudar o projecto musical global Playing for Change: Peace through Music [”Tocando a Mudança: Paz através da Música”, numa tradução livre], que pretende ligar através da música diferentes culturas, etnicidades e regiões. De facto, 28 de Abril foi o dia escolhido para o lançamento do primeiro CD/DVD do projecto. Vale a pena ouvir ... e depois comprar, claro! Porque o Playing for Change não é apenas sobre fazer e distribuir música. Por exemplo, a fundação Playing for Change é responsável por uma escola de música em Gugulethu e por um centro de artes em Johannesburgo, na África do Sul, como uma forma de promover oportunidades de crescimento e educação para os jovens destas comunidades.