«Esta lei não surgiu do nada. Ela constitui apenas o mais recente passo de uma vasta campanha de promoção do erotismo, promiscuidade e depravação a que se tem assistido nos últimos anos. Por detrás de leis como o aborto, divórcio, procriação artificial, educação sexual e outras está o totalitarismo do orgasmo. Parece que o deboche agora se chama "modernidade". Mas se um dia, em vez de uma maioria porcalhona, tivermos um parlamento nihilista, espírita, xenófobo ou iberista, o que salva a identidade nacional?»
Só agora tive tempo para saborear na íntegra a opinação de segunda de JC das Neves da qual recebi de várias fontes o excerto reproduzido. O resto da Apoteose do Narcisismo não desmerece este parágrafo: é uma pérola de raciocínio redonda, tão redondinha que nem dá para comentar, só manifestar apreço pelo enriquecimento do léxico do quotidiano. Totalitarismo do orgasmo é muito bom (salvo seja para o JC das Neves, claro).
"Esta lei não surgiu do nada. Ela constitui apenas o mais recente passo de uma vasta campanha de promoção do erotismo, promiscuidade e depravação a que se tem assistido nos últimos anos. Por detrás de leis como o aborto, divórcio, procriação artificial, educação sexual e outras está o totalitarismo do orgasmo."
Ao ler este post do Rodrigo lembrei-me de um amigo, de quem não sei há anos, e de uma história fantástica que ele contava. Estava a terminar o seu último exame em Direito, era a sua última oral, aliás era a última pergunta da sua última oral. O "carrasco" era o Professor Adriano Moreira e ter-lhe-á perguntado o que entendia por "ter uma licenciatura". O tipo ficou aflito mas lá se tentou desenrascar como pode e, por fim, vem a resposta pretendida "ter uma licenciatura é ganhar o direito de estudar o que se quiser". Só tão pouco isso, Rodrigo, ganhar um direito. Qualquer licenciado com habilitações suficientes pode ser colocado no lugar de um professor mas nenhum de nós pode garantir não "amalucar", decorre do facto de estarmos vivos.
Axel Weber, foi uma das vozes mais críticas em relação à decisão do BCE de intervir nos mercados de dívida pública. Esta é uma iniciativa que parece estar a resultar, pois os spreads estão a baixar. Mas Weber não desarma: quer que esta seja descontinuada logo que se revele não ser necessária. Este Weber é um portento. Gostava de saber como é que alguém que nunca considerou a intervenção necessária pode determinar o momento em que esta já não é necessária.
Uma das condições necessárias para o bom entendimento de um fenómeno reside na capacidade de perceber relações internas entre determinados eventos. Se esta capacidade de síntetizar o (aparentemente) heterogéneo falha, é a própria unidade do pensamento que é posta em causa. E sem esta unidade (narrativa) não há racionalidade que resista. Quem alerta para a necessidade dos países europeus iniciarem, quanto antes, uma estratégia colectiva de consolidação orçamental e depois vem dizer que a descida da confiança dos consumidores da zona euro é inesperada, mostra que não percebe patavina do que está a falar. O problema é que esta compartimentalização da razão, tão do agrado das mentes analíticas, parece não ser um exclusivo de um certo tipo de jornalismo económico; ela está suficientemente disseminada para que se confunda com a própria realidade. Há uns tempos disse, e repito: urge voltar a pensar nisto tudo como uma totalidade - e não como uma série de problemas independentes que carecem de solução. Enquanto não formos capazes de fazer isto, viveremos de crise em crise. Não vai ser bom.
Ao cabo de largos meses de trabalho, a comissão de inquérito à malfeitoria que dá pelo nome de Magalhães concluiu aquilo que desde sempre toda a gente soube.
Em breves palavras, o governo lembrou-se de dar utilidade a uns dinheiritos acumulados por uma fundação comprando computadores para os meninos das escolas.
Como isso não bastasse, fez tudo o que estava ao seu alcance para que eles fossem produzidos em Portugal. Esta segunda parte é de uma perversidade incrível.
Note-se que não houve qualquer má vontade da parte da oposição. Tivessem os computadores sido importados da China, como é prática corrente da administração pública portuguesa, e não haveria problema nenhum. Para não prejudicar a economia portuguesa, a importação seria assegurada por uma piquena empresa devidamente certificada pelo PSD, e prontos.
É tão fácil fazer as coisas como deve ser...
Não tendo sido seguidos os procedimentos apropriados, a oposição é agora forçada a queixar-se à Comissão Europeia da escandalosa protecção atribuída à nossa indústria pelo governo e a solicitar a aplicação da respectiva multa ao Estado português.
"The chorus has been singing songs of falsehood and lies. We are all in the chorus saying there is no humanitarian crisis in Gaza. We are all part of the chorus claiming the occupation of Gaza has ended, and that the flotilla is a violent attack on Israeli sovereignty - the cement is for building bunkers and the convoy is being funded by the Turkish Muslim Brotherhood. The Israeli siege of Gaza will topple Hamas and free Gilad Shalit. Foreign Ministry spokesman Yossi Levy, one of the most ridiculous of the propagandists, outdid himself when he unblinkingly proclaimed that the aid convoy headed toward Gaza was a violation of international law. Right. Exactly...The propaganda operation has tried to sell us and the world the idea that the occupation of Gaza is over, but in any case, Israel has legal authority to bar humanitarian aid. All one pack of lies"
"Israel is finding it increasingly difficult to explain the rationale behind the blockade to the rest of the world. If it is intended to prevent Qassam rocket fire on Israel, then what was the reason for Operation Cast Lead? If Israel wants to use the blockade to put more pressure on the people of Gaza until they rise up against Hamas and topple it, or to spur Hamas to respond to the Israeli pressure, then the past four years have shown that this policy has failed"
Israel insiste na tese de achar que pode invocar, de forma selectiva, a legalidade internacional e definir, unilateralmente, os termos através dos quais defende a sua soberania. Quando a legitimidade é definida e reconhecida apenas pelos próprios, o resultado é inevitável: para a comunidade internacional, Israel, a tal democracia pujante e pluralista do médio oriente, é cada vez mais um Estado pária.