O tweet do dia - não se preocupem que não tem nada a ver com a golden share, sou nogud mas calma - é do Pedro Magalhães e reza o seguinte (pl'a vossa alminha, não deixem de seguir o link):
O problema de não fazer puzzles em pequenino. Hilariante (via Lisboa SOS): http://bit.ly/9LlBnX
É a terceira vez que volto ao assunto BN - porque é, de facto, importante - mas, desta vez, não é directamente sobre o encerramento da Biblioteca que venho falar. O assunto é tema da crónica de hoje do Rui Tavares, o que louvo mas, por isso mesmo, custou-me muito ver o Rui começar o seu texto de forma pouco honesta. O primeiro parágrafo do texto do Rui (que estará, como de costume, online amanhã no blog dele) diz o seguinte, "A história da Biblioteca Nacional começa por aquilo que ela não é. Portugal deve ter das bibliotecas nacionais menos democráticas do mundo. Uma pessoa distraída poderia imaginar que a Biblioteca Nacional fosse um lugar aberto e disponível para qualquer cidadão. Não, não, não. Mariquices dessas são para a Biblioteca do Congresso dos EUA, onde qualquer um pode entrar, ou para o velho edifício da Biblioteca Britânica, onde os anónimos se podem sentar nas cadeiras de Darwin ou Marx e mexer nos livros à vontade. Por contraste, se o cidadão tentar inscrever-se como leitor da Biblioteca Nacional portuguesa, o primeiro obstáculo que terá de superar é um interrogatório bastante chato no qual tem de provar que precisa mesmo de consultar os fundos da Biblioteca Nacional. Onde noutros países basta querer, em Portugal é preciso ser autorizado.".
Não precisei sequer de ir consultar o regulamento da BN (disponível aqui) para saber que o acesso é universal a qualquer pessoa maior de 18 anos, bastou-me lembrar que a minha filha mais velha tinha feito o cartão de leitor há poucos meses, tendo apenas que mostrar o BI e o cartão de contribuinte (e pagar, se não estou em erro, 8 €), não tendo que responder a nenhum questionário. No preciso momento em que preencheu os documentos com a identificação ficou com acesso imediato à BN.
Estará o Rui a confundir acesso à BN com acesso aos Reservados? Mesmo a esses, e que eu saiba, não há nenhum questionário para responder (apesar de haver condicionamento de leitura). Era escusado carregar de cores negras não verdadeiras um texto que, pelo resto, vale muito a pena e que assim se vê maculado por uma nódoa dispensável. E ainda estou para perceber onde foi ele buscar a história do "questionário chato".
A selecção ganhou um jogo, empatou dois e perdeu outro. Nada mau, tendo em conta o real potencial dela (entre as primeiras 20, mas muito abaixo do nº 3 que o equivocado ranking da FIFA lhe atribui) e a qualidade dos adversários. Tirando Cavaco Silva e mais uns quantos águias, teremos todos que nos resignar.
Não é por a selecção ter sido eliminada nos oitavos que Queiroz não presta. É porque não presta.
Queiroz falhou da forma mais estrondosa precisamente no único jogo que ganhou, e logo por sete a zero. Ele previu que a Coreia do Norte jogaria fechada como fizera contra o Brasil, por isso lançou Miguel, Coentrão e Hugo Almeida. Enganou-se, por isso esmagou; se tivesse antecipado correctamente a táctica adversária, teria, quando muito, ganho à rasquinha.
Só alguém muito muito muito burro não percebia que, até à saída de Almeida, a equipa portuguesa estava a jogar presa por arames. Foi aí que uma ideia – ocorrência tão funesta quanto improvável - atravessou o cérebro de Queiroz: “Vamos tirar os arames.”
Do primeiro ao último jogo, todos os livres a 40 metros da baliza foram rematados directamente ao golo pelo Ronaldo, o que significa que nenhum desses lances se aproveitou. Quem decidiu assim?
Se foi Queiroz, fica claro que a sua táctica resumia-se a esperar que Ronaldo resolvesse os problemas da selecção num rasgo de génio. Se foi Ronaldo, fica claro que a selecção não tem orientação. Vendo bem, ambas as alternativas levam à mesma conclusão.
A gente não precisa de assistir aos treinos para entender, não é preciso ver aquilo que se imagina. O Professor (desconfiemos de todas as pessoas que se apresentam como Professores com P grande), publicamente, só diz tolices.
É claro que os jogadores não o respeitam. Ninguém respeita líderes que repetida e consistentemente provam a sua total e absoluta incapacidade.
Ele combina a saloice arcaica dos “heróis do mar” com a parolice cool da “imagem moderna”. Vocês imaginam as reuniões do Madaíl com o Queiroz? É isso, aposto que se fala dos concertos dos Black Eyed Peas, das exigências dos patrocinadores e das relações com os media. De futebol, nada.
A saída de Queiroz não garantiria apoteóticas vitórias futuras, limitar-se-ia a, reconhecendo o óbvio, criar uma situação mais sã. Infelizmente, estamos impedidos pelo PEC.
Quem decidiu que os livres a 40 metros da baliza seriam sempre batidos com pontapés directos do Ronaldo ao golo?
Não cabe dúvida que se tratou de uma opção assumida, visto que todos, sem excepção, foram cobrados do mesmo modo do primeiro ao último jogo.
A resposta a esta simples perguntinha permitiria esclarecer de forma total e definitiva quem - Queiroz ou Ronaldo - orientou a selecção e quais as suas ideias tácticas.
Haverá por aí algum jornalista capaz de colocá-la?
Se o Ronaldo tivesse podido estar no mundial, tudo teria sido diferente. Por outro lado, se ele não tivesse estado presente não teríamos tido aquele momento infeliz, já depois do jogo, de um menino, que alguém achou que tinha unhas para ser capitão, a mandar os jornalistas perguntar ao treinador as razões da nossa eliminação. E foi isto. Parabéns à Espanha, mas agora passo a argentino.