O primeiro-ministro do «pântano de corrupção florescente» descobriu no censo recente que há mais mulheres que homens, algo que o deliciou tanto que acarinha a ideia de fazer cumprir a lei que criminaliza a homossexualidade no Quénia e mandar prender todos os homossexuais do país. De facto, para aquela cabecinha pensadora só pode ser loucura que com tal abundância de mulheres haja homens que se apaixonem por outros homens. Para além disso, explicou no domingo num comício em Nairobi, não há qualquer necessidade de as mulheres se dedicarem ao lesbianismo porque «podem ter filhos».
De acordo com Raila Odinga, a constituição que foi aprovada recentemente, na sequência do acordo que pacificou o país depois da violência das eleições de 2007, é muito clara nesse assunto pelo que «We will not tolerate such behaviours in the country. The constitution is very clear on this issue and men or women found engaging in homosexuality will not be spared. Even women found engaging in sexual activities will be arrested.»
Em que é que a facilitação dos despedimentos que o Partido Popular Europeu nos pretende impor por intermédio da Comissão Europeia e do BCE contribui para reduzir o desemprego num momento como o actual?
Ainda se as reformas laborais sugeridas visassem reduzir os custos da contratação, poder-se-ia perceber; mas reduzir as barreiras ao despedimento conduz directamente ao aumento do desemprego.
Por outro lado, em que é que a facilitação dos despedimentos contribui para reduzir o défice das contas públicas? Mais desemprego implica mais subsídios de desemprego e, logo, maior pressão sobre a segurança social.
Nada menos apropriado nas circunstâncias actuais. As propostas da Comissão não têm nada a ver com a superação da crise, trata-se apenas de uma tentativa de aproveitamento da situação para agravar a condição dos mais fracos.
When we read the unvarnished portraits of foreign leaders, we gain invaluable knowledge of the motives, behavior, and flaws of American partners and enemies — ones that will help citizens judge for themselves the wisdom of American policy.— Susan Chira, foreign editor New York Times
Não é uma questão de a realidade ultrapassar a ficção. A realidade é a ficção:
"L’Elysée a assuré, dimanche 28 novembre, que la France n’est a priori pas menacée par la crise des dettes souveraines européennes. Elle ne se situerait pas “dans la même catégorie” que l’Irlande ou le Portugal, a déclaré la présidence de la République."
Manifestamente, não há entre esta gente um só exemplar que entenda um mínimo de comunicação.
adenda: o maradona, querido, querido, queeeeeeeridoooooo, responde.
e agora eu: maradona, meu querido, estás pois a querer dizer-me que as chitas são assim a modos que como eu, capazes do desdém mais selvagem e da selvajaria mais desdenhosa (embora pertinaz) mas também, em casos cuidadosamente seleccionados, de ronrons e até de roll overs? olha que coincidência.
Fez ontem 35 anos que foi proclamada a República Democrática de Timor-Leste, data oficialmente tomada por "dia da independência". A outra, a de 20 de Maio de 2002, quando Timor-Leste se tornou de facto independente, com reconhecimento internacional, é apenas a "Restauração". A efeméride, que não vi assinalada por cá, é alvo de profunda controvérsia e de discórdia, como o é todo o passado recente da parte oriental da ilha. Hoje ouvi na televisão que a PT vai de vento em popa nos negócios de rede móvel e de internet por lá, graças à concessão exclusiva que o governo lhe concedeu até 2017. O mundo mudou muito nas últimas décadas, e Timor também.
As minhas "memórias de Timor" não são lembranças de contacto com a realidade timorense ou histórias de qualquer estadia na ilha. Nunca lá estive, mas acompanhei, desde a minha juventude, o que por lá se passava. Não tive qualquer conhecimento do que se passou nos anos negros de 75 e seguintes, com uma pobre província ultramarina subitamente desnorteada e embriagada pela euforia de um punhado de revolucionários formados à pressa, ingénuos, idealistas e brutais; da turbulência social, da vontade dos portugueses em abalar dali antes que se fizesse tarde, dos ódios e das cisões acirradas por camaradas vindos da metrópole, da guerra civil, do completo caos do Verão Quente de 75, cá como lá; e, depois, da forma como se precipitaram os acontecimentos, dos fuzilamentos pela FRETILIN, de Maggiolo Gouveia. Por fim, a proclamação unilateral da independência, a forma completamente irresponsável como os portugueses abandonaram o território, o vazio, a luz verde de Kissinger e o avanço indonésio, no dia 7 de Dezembro, a repressão brutal, a violência indiscriminada, o início do pesadelo que duraria um quarto de século. Por cá, Lisboa reagia da pior forma: cortava relações diplomáticas com a Indonésia, brilharete de orgulho mas desastre diplomático, pois cortou os canais de comunicação e inviabilizou qualquer possibilidade de acordo, de contenção, de pressão e condenou Timor ao isolamento, às mãos do carrasco. Em plena Guerra Fria, o seu destino estava selado. Depois veio o silêncio e, por fim, o conformismo.