Leninismo de direita
"A poupança não implica que os recursos deixam de ser utilizados ou que desaparecem. Pelo contrário. Implica que são redireccionados do consumo para o investimento"
O João Miranda acusa-me de não viver neste mundo. E fá-lo a partir de um mundo que é só seu, onde a economia está, por definição, em pleno emprego. Não sei se o João sabe - imagino que não, pois o seu saber tem uma natureza não empírica - mas o investimento privado não caiu porque o Estado aumentou os seus gastos. A coisa foi mais ao contrário. Por muito que os empresários digam que a principal razão para cortarem no investimento se deve às baixas expectativas de vendas (relatório disponível no INE), o João Miranda, que representa a Vanguarda do Empresariado, sabe que eles têm de estar enganados. O Leninismo também tem os seus avatares na direita liberal portuguesa.