Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
O Pedro Correia está muito entusiasmado com os objectivos do programa eleitoral do PSD (não confundir objectivos com medidas; não parece, mas são coisas diferentes, muito diferentes). E está muito entusiasmado...porque o programa tem imensos objectivos - até agora, ainda não lhe vi um comentário sobre a substância dos mesmos, a sua relevância para resolver os problemas do país, etc. É que, para além da forma (é grande, é ousado, é radical), ainda não vi ninguém analisar a qualidade do programa do PSD, só repetir, ad nauseum, que o do PS não existe. Já agora, se não fosse pedir demais, adorava saber qual o comentário do Pedro a isto. É que, ao contrário da lista de intenções do PSD, estas medidas do PS foram objecto de negociação e aprovação com os parceiros sociais, algo que, dificilmente, o PSD (e CDS) conseguiria fazer. Numa altura em que é necessário um grande acordo social, o Acordo Tripartido para a Competitividade e Emprego (que, como é evidente, consta do programa eleitoral do PS) devia ser valorizado. E debatido. Vamos a isso, Pedro?
A violation of Article 8 (right to respect for private and family life) of the Convention.
Escreve, e bem, o Porfírio:
Marcelo Rebelo de Sousa, na sua habitual homilia dominical, prossegue a desinformação, numa espécie de super-tempo de antena (mal) disfarçado. Acabou há poucos minutos de dizer que as propostas do PSD para a Educação vão na linha do que exige o Memorando com a troika e que o PS mente quando dá a ideia de que vai continuar a defender a escola pública.
Vamos lá ler então o ponto pertinente do Memorando de Entendimento:
«1.8.Reduzir custos na área de educação, tendo em vista a poupança de 195 milhões de euros, através da racionalização da rede escolar criando agrupamentos escolares, diminuindo a necessidade de contratação de recursos humanos, centralizando os aprovisionamentos, e reduzindo e racionalizando as transferências para escolas privadas com contratos de associação.»
Marcelo Rebelo de Sousa, tome nota: ser militante do PSD não o devia obrigar a continuar a mentir, como tantas vezes faz no seu regabofe televisivo, mesmo quando isso é manipulação em tempo eleitoral. Diz o povo, com razão: quem não tem vergonha, todo o mundo é seu.
O Bloco e o PCP podem dizer que isto constitui um inaceitável ataque à escola pública. Mas, se lerem bem o que aqui está, rapidamente chegarão à conclusão que isto não é mais do que o PS já tinha proposto e que a oposição, toda junta, embora por razões distintas, tanto criticou. Ou seja, e ao contrário do que assegura Marcelo, o que consta do memorando com a troika é uma validação externa das políticas do actual governo. O que, tendo em conta a avaliação que, lá fora, se vai fazendo das políticas educativas dos governos Sócrates, não é de estranhar. Por muito que isso incomode a oposição e, também, o professor Marcelo.
We have argued that the recent debate about the need to reduce unit labour costs in the peripheral countries of the Eurozone is misguided. This is the consequence of using aggregate data to measure a variable that is only meaningful in physical terms. Indeed, aggregate unit labour costs are not just a weighted average of the firm’s unit labour costs. We have shown that aggregate unit labour costs can be interpreted as the product of the share of labour in output multiplied by the price deflator. The increase in aggregate unit labour costs observed across the Eurozone is the result of the increase in the second component, the deflator. In fact, except in Greece, labour shares have either remained stable since 1980, or declined. We have also argued that comparisons with Germany are also incorrect, as Germany’s export basket is significantly different. Wage reductions would do probably cause more damage through a compression of demand.
Conclusão do artigo Do some countries in the Eurozone need an internal devaluation? A reassessment of what unit labour costs really mean
Concordo com as críticas que o Alexandre Abreu dirige ao Paulo Pedroso: a esquerda não precisa enfiar a cabeça na areia na questão dos custos unitários do trabalho; deve pura e simplesmente rejeitar a premissa de que perdemos competitividade porque houve um crescimento excessivo dos salários. Não só pelas razões que o Alexandre recorda, mas também por estas e estas, os custos unitários do trabalho são um mau indicador para fazer um diagnóstico e avançar com soluções para ultrapassar os constrangimentos competitivos de um país. No caso português, e tendo em conta o nível médio de salários e a estrutura económica do país, ganhar competitividade através desta 'solução' é muito pouco eficaz e nada eficiente. Devemos dizer:mais do que recuperar competitividade ou tentar criá-la artificialmente, importa adquirir competitividade, competências que ainda não temos. Mas isso é outra história.
Acordo Tripartido para a Competitividade e Emprego
I. Introdução
Na sequência da Resolução de Conselho de Ministros n.o 101-B/2010, de 27 de Dezembro de 2010, o Governo e os parceiros sociais no quadro da CPCS, encetaram um diálogo de forma a garantir que, a par da redução do défice orçamental em percentagem do PIB, sejam criadas as condições para uma recuperação forte e duradoura do crescimento económico, multiplicando as oportunidades para o investimento, para a criação de emprego e manutenção e melhoria da sua qualidade.
Rogério da Costa Pereira
Rui Herbon
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
The times they are a-changin’. Como sempre …
De facto vivemos tempos curiosos, onde supostament...
De acordo, muito bem escrito.
Temos de perguntar porque as autocracias estão ...
aaaaaaaaaaaaAcho que para o bem ou para o mal o po...