sem tirar nem pôr
valupi, o grande. (porra, ele escreve). e é isto mesmo.
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valupi, o grande. (porra, ele escreve). e é isto mesmo.
a crónica que publiquei hoje no dn, e que é uma recolha de tuites (salvo erro, 21) da conta de passos coelho iniciada em março de 2010, é fruto, de algum modo, de um trabalho de equipa -- a equipa das pessoas que sigo e me seguem no tuita. foi uma série de tuites de @luis_grave, mais propriamente de retuites da conta de @passoscoelho, que me suscitou o interesse de ir reler todos os tuites produzidos em nome do presidente do psd e actual pm. fi-lo há cerca de duas semanas, e retuitei na altura tudo o que me pareceu digno de registo. dentre esses retuites, que apontei com a respectiva data, vim a escolher esta semana os publicados no dn.
não posso deixar de sorrir quando há, nos comentários ao post com a crónica e a outro em que refiro a publicação, no mesmo dia da minha crónica, de uma notícia no site da tvi24 com uma 'recolha' de tuites em que, em 18, 11 estão no meu texto, quem alegue que uma recolha de declarações sem comentários, entre aspas, não é jornalismo nem sequer trabalho e não pode ser artigo de opinião, e quem diga que a tvi24 podia perfeitamente fazer uma notícia no mesmo dia da publicação da minha crónica sobre o mesmo assunto sem referir a fonte porque, afinal, o meu texto mais não é que uma recolha de frases de outra pessoa -- seria pois um 'ladrão que rouba a ladrão' -- e além disso no tuita tinha havido quem retuitasse algumas mensagens da conta de passos, o que significa que eu estaria a 'copiar' outras pessoas.
ou seja: existindo uma conta de passos coelho, e havendo quem se lembrasse de buscar nela as contradições -- uma ideia de luis grave, logo 'pegada' por várias outras pessoas, incluindo eu -- quem se aprestasse a fazer disso um artigo jornalístico ou de opinião estaria a 'copiar'; mas quem, no dia em que esse artigo sai com o trabalho feito (escolher dentre 936 tuites aqueles que mais choquem com a prática e discurso actuais do pm), publica uma notícia com 'uma recolha' não copia, faz 'trabalho'. ok. ensinem-me mais coisas dessas.
um dia destes até me podem fazer crer que quando um jornal apanha uma entrevista feita por escrito por uma jornalista de outro jornal, e como tal claramente identificada, e faz das respostas à entrevista notícia de primeira página isso não é roubo e não justifica sequer um pedido de desculpas. já não me falta ver quase nada.
Se as obrigações da escola pública no ensino básico vão diminuir, por que raio aumenta o valor dos contratos de associação?
[Para os mais esquecidos, relembro o ponto 1.8. do memorando de entendimento: Reduzir custos na área de educação, tendo em vista a poupança de 195 milhões de euros, através da racionalização da rede escolar criando agrupamentos escolares, diminuindo a necessidade de contratação de recursos humanos, centralizando os aprovisionamentos, e reduzindo e racionalizando as transferências para escolas privadas com contratos de associação]
Mário Soares e António Vitorino vão estar para a semana no congresso do PS. «É o regresso de duas referências. Uma forma encontrada por Seguro para marcar a diferença e mostrar que quer debate interno», explica hoje no Público São José Almeida. Para sublinhar o carácter extraordinário deste acontecimento, a jornalista lembra mesmo que «António Vitorino está afastado da direcção do PS e do espaço dos congressos desde o consulado de António Guterres». Eu gostava então de saber quem é este António Vitorino que consta da lista da direcção do PS eleita no XVII Congresso e que aparece aqui a falar no espaço desse mesmo Congresso, realizado há pouco mais de quatro meses, durante o «consulado» de José Sócrates.
Programa Actividades de Enriquecimento Curricular 1.º Ciclo do Ensino Básico - 96,5 ME (orçamento inicial para 2011)
Supressão de ofertas não essenciais no Ensino Básico - 109,3 ME (Público)
Para termos a noção dos números. Trata-se, recordo, de uma medida que professores, pais, alunos, autarquias, maioria dos partidos, especialistas (e como isto é raro) avaliam como extremamente positiva para a qualidade e equidade da Escola Pública. Tudo vindo do Ministério que não demorou a recuar na revisão dos contratos de associação.
decerto por absoluta coincidência, no dia em que publico esta crónica no dn, a tvi lembrou-se de ir consultar a conta twitter de passos coelho e de reproduzir uma série de tuites nela constantes, também por absoluta coincidência todos constantes na minha coluna.
nada de novo: é isto que as tvs fazem todos os dias: usar o trabalho dos jornalistas da imprensa escrita como seu, sem um pingo de vergonha e sem que a comissão da carteira de jornalista ou o conselho deontológico do sindicato de jornalistas ergam sequer uma sobrancelha.
siga o esbulho, o roubo e o plágio.
nota: a notícia da tvi foi entretanto rectificada (sem que, no entanto, se assinale esse facto). e eu faço também uma rectificação: há tuites na notícia que não estavam no meu texto. mais exactamente, sete em 18.
"Estas medidas põem o país a pão e água. Não se põe um país a pão e água por precaução."
"Estamos disponíveis para soluções positivas, não para penhorar futuro tapando com impostos o que não se corta na despesa."
"Aceitarei reduções nas deduções no dia em que o Governo anunciar que vai reduzir a carga fiscal às famílias."
"Sabemos hoje que o Governo fez de conta. Disse que ia cortar e não cortou."
"Nas despesas correntes do Estado, há 10% a 15% de despesas que podem ser reduzidas."
"O pior que pode acontecer a Portugal neste momento é que todas as situações financeiras não venham para cima da mesa."
"Aqueles que são responsáveis pelo resvalar da despesa têm de ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus actos."
"Vamos ter de cortar em gorduras e de poupar. O Estado vai ter de fazer austeridade, basta de aplicá-la só aos cidadãos."
"Ninguém nos verá impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que têm mais terão que ajudar os que têm menos."
"Queremos transferir parte dos sacrifícios que se exigem às famílias e às empresas para o Estado."
"Já estamos fartos de um Governo que nunca sabe o que diz e nunca sabe o que assina em nome de Portugal."
"O Governo está-se a refugiar em desculpas para não dizer como é que tenciona concretizar a baixa da TSU com que se comprometeu no memorando."
"Para salvaguardar a coesão social prefiro onerar escalões mais elevados de IRS de modo a desonerar a classe média e baixa."
"Se vier a ser necessário algum ajustamento fiscal, será canalizado para o consumo e não para o rendimento das pessoas."
"Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português."
"A ideia que se foi gerando de que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento."
"A pior coisa é ter um Governo fraco. Um Governo mais forte imporá menos sacrifícios aos contribuintes e aos cidadãos."
"Não aceitaremos chantagens de estabilidade, não aceitamos o clima emocional de que quem não está caladinho não é patriota"
"O PSD chumbou o PEC 4 porque tem de se dizer basta: a austeridade não pode incidir sempre no aumento de impostos e no corte de rendimento."
"Já ouvi o primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13.º mês, mas nós nunca falámos disso e é um disparate."
"Como é possível manter um governo em que um primeiro-ministro mente?"
Conta de Twitter de Passos Coelho (@pedropassoscoelho), iniciada a 6 de Março de 2010. O último tuite transcrito é de 5 de Junho de 2011
rectificação: a conta de passos coelho é @passoscoelho e não, como por lapso refiro no dn, '@pedropassoscoelho'.
e nova rectificação: o último tuite transcrito por mim é de 1 de junho -- e, ao contrário do que pode ser o entendimento de quem lê, não é o último tuite citado no texto, mas o último em ordem cronológica. querendo ser mais precisa, criei a confusão, pelo que peço desculpa aos leitores.
por qualquer motivo, confundi 1 de junho com 5 de junho, o que é duplamente idiota, já que nem poderia, em princípio, haver tuites de passos coelho a 5 de junho, por um motivo simples: tratou-se do dia das eleições. mais uma vez, as minhas desculpas.
também no dn a nota final foi rectificada.
O Documento de Estratégia Orçamental (DEO) apresentado na quarta feira por Vítor Gaspar esclarece o significado de ir mais longe do que a Troika. Ir mais longe do que a Troika não significa reconhecer que só existe uma verdadeira solução para a economia portuguesa com uma alteração radical da política europeia; é apenas o reforço da crença na famosa tese da austeridade expansionista. É que, no período 2012-15, o governo acha que pode cortar no consumo público (-6.5; -4;-1 e -2) mais do que foi previsto pelo FMI (-4.8; -4.7; 0; +0.1) e pela Comissão Europeia (-4.6; -2; -0.3; -0.2) sem que isso tenha qualquer impacto no valor do PIB. E isto não depende de qualquer melhoria do sector exportador. Não; este governo acredita mesmo que a austeridade adicional não só não tem qualquer impacto no consumo privado (não altera as previsões) como até vai dinamizar o investimento privado (garante uma queda menor em 2012 e uma recuperação mais rápida em 2013). Como disse Miguel Beleza: a única certeza que podemos ter em relação às previsões do ministro das finanças é que estão erradas.
Esvaziada que está a bala de prata da competitividade via desvalorização fiscal (tirando Paul Thomsen, Carlos Moedas e Álvaro Santos já ninguém acredita no milagre da TSU), e como Passos Coelho já disse que as eurobonds não fazem sentido e que a recuperação da economia portuguesa depende apenas de nós, o milagre no investimento privado é inteiramente justificado pelo reforço da confiança via austeridade e por quatro 'reformas estruturais' : privatizações e fim das golden shares, nova lei da concorrência, desregulação no acesso às profissões e desregulação no mercado de trabalho. Ou seja, pensamento mágico liberal. Isto não vai acabar bem.
Uma mulher que nunca tenha feito descontos para a Segurança Social, ou seja, que tenha sido "doméstica" toda a vida, tem direito a uma pensão? Tem, sim, a uma "pensão social de velhice", desde que atinja os 65 anos e que a reforma do cônjuge não exceda os... 251,53 € mensais (ou seja, 125,76 € para cada um). Maravilhoso, não é? Lembrei-me das afirmações do ministro das Finanças quando, há algum tempo, ao anunciar os cortes no subsídio de Natal, fez questão de ressalvar, ao falar das pensões, que os cortes não atingem 80% (ou perto disso) da população em causa. De facto, era só mesmo o que faltava.
Rogério da Costa Pereira
Rui Herbon
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De facto vivemos tempos curiosos, onde supostament...
De acordo, muito bem escrito.
Temos de perguntar porque as autocracias estão ...
aaaaaaaaaaaaAcho que para o bem ou para o mal o po...