Pequenina Cegueira, 1995 Colagem e acrílico sobre tela · 22 x 12,5 cm
Nos últimos cerca de vinte anos, paralelamente à rotina da sua atividade no atelier, Pedro Casqueiro (Lisboa, 1959) foi fazendo, de forma intermitente, ao sabor das circunstâncias, algumas obras que se desviam, em maior ou menor grau, dos desenvolvimentos principais e sobejamente conhecidos da sua pintura. São, na sua maioria, obras de pequena dimensão, que incorporam técnicas e materiais exteriores à pintura; obras, mesmo aquelas feitas com tinta acrílica sobre tela, em que a dimensão objetual e a exploração da materialidade das superfícies surgem em evidência. Esta exposição reúne um conjunto muito diversificado dessas obras atípicas no corpo de trabalho de Pedro Casqueiro – experiências, hipóteses de trabalho, devaneios, coisas que não encontraram o seu lugar. Algumas dessas obras foram já apresentadas (por exemplo, as várias peças feitas em colaboração com Ana Jotta, incluídas na exposição dos dois artistas na Galeria Alda Cortez, em 1994), mas a maioria ficou no atelier, ou foi parar às mãos de amigos.(texto retirado daqui)
ainda a digerir a irrupção súbita, no dia de ontem, do direito ao bom nome e da rejeição indignada da calúnia como forma de combate político no discurso do psd e cds, não deixo de anotar que o grau de escândalo associado à existência de relatórios no poder de silva carvalho sobre balsemão e ricardo costa, nomeadamente quanto ao facto de neles existir matéria da vida privada, parece merecer uma muito mais generalizada indignação que a observada face à acusação do público a relvas -- de que este ameaçara revelar um facto da vida privada da jornalista.
confesso que já pouca coisa me surpreende, mas obrigo-me a manifestar surpresa, porque não podemos mesmo habituar-nos a tão diversos pesos e medidas e muito menos considerá-los aceitáveis. é que não quero crer que para a maioria dos comentadores a vida privada da maria josé vale assim tão menos que a do patrão da impresa e do director do espesso. e que a tentativa de silenciar uma jornalista através da difusão da suspeita de que uma sua hipotética relação íntima com alguém da oposição lhe influenciaria o trabalho e a levaria a perseguir um ministro parece tão menos grave que umas coisas que a maioria das pessoas não sabe o que são escritas nuns dossiers que não se sabe quem fez e para que serviriam.
como já li e ouvi em muito lado, e não só a propósito da maria josé, que as (costumam ser 'as') jornalistas devem escancarar a sua vida de modo a toda a gente saber com quem se relacionam na intimidade, e que portanto a pseudo-informação com que relvas a teria ameaçado devia ser do domínio público obrigatoriamente, aproveito para perguntar se nesse caso não temos todos o direito a saber tudo sobre a vida privada do ricardo costa e do balsemão. a não ser que as respectivas relações 'afectivas' não tenham, por definição, qualquer reflexo na sua performance profissional.
a comissão da carteira profissional de jornalista, por exemplo, deve ter algo a dizer sobre isto. mandem-lhes os dossiers por favor, e se tiverem fotos de paparazzi, melhor ainda.
- Intervalo filosófico- meditativo: o eu e o não-eu, o eu e o outro; documentário sobre OBE -
Efeitos especiais, comic relief, flares, coro - Telmo Correia, Luís Filipe Menezes, Maria João Avillez et tutti quanti, saem todos em marcha de Santo António a cantar ó patego olhó balão.
senhor primeiro-ministro, está em condições de garantir que a relação entre o seu ministro adjunto e silva carvalho nunca se traduziu em qualquer impropriedade?
senhor primeiro-ministro, como explica que uma troca de sms tornada pública evidencie que o ministro adjunto tinha, enquanto secretário geral do psd, conhecimento prévio da demissão do então chefe do sied?
em que medida, senhor primeiro-ministro, esse conhecimento prévio lhe parece consistente com a relação distante e de circunstância descrita pelo ministro adjunto?
senhor primeiro-ministro, um adjunto do seu ministro adjunto demitiu-se depois de ser revelado que mantinha uma relação próxima com o ex chefe do sied. relação essa que foi negada sob juramento pelo ministro adjunto. se a relação próxima entre um adjunto e ex sied é caso de demissão a relação próxima entre o ministro adjunto e o ex sied não o será?
senhor primeiro-ministro, um jornal acusa o seu ministro adjunto de ter ameaçado o jornal com um blackout noticioso do governo e com a revelação de dados da vida privada de uma jornalista. como qualifica este tipo de ameaças?
senhor primeiro-ministro, pode-nos garantir, sob sua palavra d honra, que essas ameaças não foram feitas pelo ministro adjunto?
senhor primeiro-ministro, se essas ameaças não foram feitas, como explica que o seu ministro adjunto, estando acusado pública e reiteradamente de as fazer, não coloque um processo por difamação? pode um ministro ser acusado de coagir desta forma um jornal e uma jornalista e nada fazer para provar, sem sombra de dúvida, a sua inocência?
senhor primeiro-ministro, o seu ministro-adjunto disse, esta semana, que vai sair 'disto' mais forte. quer explicar o que quereria dizer com isso?