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Energéticos Retrocessos

Artigo de hoje no Diário Económico

http://economico.sapo.pt/noticias/energeticos-retrocesos_150725.html

 

E um preemptive strike para os haters do costume que teimam em não reconhecer que a subsidiação global às energias renováveis é uma fracção dos apoios que o nuclear e os fósseis recebem indiscriminadamente há décadas/séculos. Level playing field é um conceito estranho aos senhores que atacam as renováveis por receberem subsídios infinitamente menores do que as energias convencionais receberam e recebem, e ainda devolverem à sociedade mais riqueza, emprego e qualidade ambiental - em suma bem estar - por MW instalado, do que o carvão, o petróleo, o nuclear ou o gás. 

http://thinkprogress.org/climate/2012/08/22/716451/creating-a-truly-level-playing-field-putting-renewables-subsidies-in-context/?mobile=nc

"Mas temos muitas fotografias, e muito lindas, dos nossos ministros"

Início de abril de 2012, não se consegue aceder ao Portal do Governo, Catarina Martins chama a atenção para o facto e, mais importante ainda, refere ser inadmissível que tenha sido apagado todo o arquivo existente. Se bem se recordam a forma de Relvas (obrigada pelo empurrão memorialista matinal, Pedro) reagir às críticas foi insinuar que a deputada do BE não sabia navegar online e que se prontificava a pedir, e cito (de cabeça), "a uma equipa que a acompanhe na navegação".

 

Cfr. com notícia de hoje no DN que roubei ao Luís Paixão Martins

 

 

um qualquer Relvas, Crato ou Coelho que me ilumine, por favor

Entrou hoje em vigor o novo estatuto do bolseiro de investigação. Toda a imprensa refere o facto, se bem que fixando-se na figura do Provedor e dizendo umas pseudo-novidades, como a de que a duração das bolsas de pós-doc passa a 6 anos (na verdade já o era, só que este limite não constava no Estatuto mas sim na regulamentação específica destas bolsas). Não sei se alguém foi ler o Diário da República. Eu fui. E deparei com uma bizarria interessante: uma das novas restrições diz respeito ao regime de exclusividade e, mais especificamente, à limitação da acumulação de serviço docente, que anteriormente era vaga e imprecisa e que agora diz (art. 5º, 3 h): "Prestação de serviço docente pelos bolseiros de pós-doutoramento, exclusivamente no âmbito de programa de estudos avançados conducentes ao grau de doutor, quando, com autorização prévia da instituição de acolhimento, se realize sem prejuízo da exequibilidade do programa de trabalhos subjacente à bolsa e não exceda, em média anual, um total de quatro horas semanais".

Ninguém nota nada de estranho aqui? Eu noto: se sou bolseiro de pós-doc posso dar 4 horas de aulas semanais, devidamente autorizadas pela instituição de acolhimento e sem prejudicar o plano de trabalho da bolsa. Ok. E quanto ao "exclusivamente no âmbito de programa de estudos avançados conducentes ao grau de doutor"? (bold meu). Ou seja, mesmo que tenha feito doutoramento há 5 anos e que o projeto de pós-doc seja substancialmente diferente (e deve sê-lo)? Bom. Alguém que me explique. Das duas, uma: ou a investigação já me queimou neurónios e estou incapacitado de perceber raciocínios elementares ou as pessoas que escreveram isto não fazem ideia do que seja um doutoramento, um pós-doutoramento, uma bolsa ou o que quer que seja.

 

Adenda - tive uma epifania: não posso dar aulas numa licenciatura ou num mestrado, mas apenas num curso de doutoramento, será? é que se é isso, é ainda mais bizarro, para não dizer estúpido.

As exceções que confirmam a desregra - ou o desmando, sei lá

Em finais do ano passado, mas mais intensamente em janeiro de 2012, começam a surgir na net imagens de decretos de nomeações governamentais onde se especificava o pagamento do subsídio de férias e natal. Tendo em conta que o OE tinha sido aprovado em outubro e contemplava o não pagamento desses subsídios aos funcionários do estado, o alarido foi grande e rapidamente o tema saltou para os jornais dando  azo a múltiplos comentários de gabinetes ministeriais sobre o tema e mesmo a despachos de "rectificação", como este do ministério da educação: 

 

«6 — A aplicação do disposto no n.º 3 do presente despacho encontra -se suspensa durante a vigência do Programa de Assistência Económica e Financeira, nos termos do artigo 25.º da Lei n.º 64 -B/2011, de 30 de dezembro.» (visava rectificar este)

 

Um pequeno apanhado de algumas das declarações da altura (curto, é aquilo que em 30 segundos vem à rede numa googladela):

 

Contactado pela TVI24, o gabinete de Francisco José Viegas garantiu que estes subsídios não serão pagos, uma vez que «a lei orçamental prevalece sobre o despacho». Recorde-se que o Governo decidiu que estes cortes vigoram em 2012 e 2013.(Agência Financeira, 27.1.2012

 

Fonte do gabinete de Paula Teixeira da Cruz asseverou que, não obstante o constante do despacho, o direito do funcionário ministerial àqueles subsídios encontra-se suspenso durante a vigência do Programa de Assistência Económica e Financeira ao país. (Público, 31.1.2012)


De resto, no Portal do Governo há já uma nota explicativa, lembrando – a propósito da nomeação de Ricardo Jorge Galo Negrão dos Santos para o Ministério da Justiça – que «Não obstante, o número 2 do despacho prever o processamento a título de subsídios de Natal e de férias de um montante equivalente à remuneração mensal, o mesmo encontra -se suspenso durante a vigência do Programa de Assistência Económica e Financeira».(Sol, 31 de Janeiro de 2012 , este jornal voltará em maio ao assunto, aliás)

 

Há duas semanas, o Ministério da Educação tinha justificado como "lapso" a referência, no despacho de nomeação de uma técnica, a abonos suplementares em Junho e Novembro. Esse despacho viria, de resto, a ser rectificado, tendo ficado definido que o pagamento dos tais abonos estava suspenso durante a vigência do programa de assistência. (Público, 2 de Fevereiro de 2012 )


Depois de tudo isto parecia consensual que assessores governamentais, à imagem das outras pessoas todas que trabalham para o estado, não iriam ter direito a pagamento dos dois subsídios, certo? Errado, leia-se o que hoje surge no DN (clicar na imagem para ler ou aqui para ir diretamente para o tamanho gigante).

 

 

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Da actualidade como mote para recuperação de velhos posts

 

Começa a surgir em todos os jornais a notícia de que mulheres togolesas se preparam para fazer uma greve de sexo com  como forma de pressão para que o presidente do país renuncie. Ora de cada vez que se fala em greve do sexo é inevitável que Lisístrata, de Aristófanes, seja relembrada. No meu caso isso é meio caminho andado para que o nome Ralf Konig comece a borbulhar nos meus neurónios.

Já falei dele no Jugular antes mas um misterioso problema no meu flickr fez com que o post se visse amputado das imagens, por isso recupero-o agora, com pequeníssimas alterações.

 

Falar de Ralf König neste blog impunha-se como uma evidência, afinal é ou não  verdade que fazemos parte do escabroso lóbi?

Lóbi à parte confesso-me uma fanática deste alemão. O humor mordaz, a ironia, o tom satírico dos seus livros conquistou-me logo no primeiro que li dele, Les Nouveaux Mecs, e acentuou-se com Lysistrata. A partir daí deito a mão a todas as suas obras que encontro. A homossexualidade masculina - são muito raras as lésbicas que aparecem nos livros de König - é a base de toda a obra do autor.

 

"Les homos que l'on retrouve chez Ralf ? "Cuirs", mariés, vieux, bodybuildés, flics, poilus, exhibs, volages, célibataires, jeunes, gros, glabres, fans de poils, voyeurs, "folles", rangés, honteux, fans de porno, profs de piano,... Est-ce qu'un homo ne s'y est pas reconnu une fois ??".

 

Que dizer mais? Que  o traço é quase minimalistas, são os diálogos e monólogos das personagens que desempenham um papel central. Ah! E não é literatura aconselhável aos mais susceptíveis, o sexo é explícito qb. e  nota-se um certo "culto do falo" (será que é este culto que explica a grande penca que caracteriza todos os seus bonecos? hum?).

 

Como esta série de posts teve como mote Angoulême cabe dizer que um dos seus livros, Como Coelhos (dos poucos que tem tradução em língua portuguesa, numa editora brasileira), ganhou o Prix Scénario na edição de 2005.

 

A propósito de BD e temáticas gay, a Fluide Glacial, uma das mais famosas revistas francesas de BD, tem um hors serie "Gay Friendly". Inevitavelmente König é um dos autores presentes nesse número.

 

P.S. - deixo um link para uma entrevista a Ralf König em castelhano.

CM , avant et aprés António Borges

 

Esta manchete deu brado hoje. É, naturalmente, uma grande coincidência ter surgido nestes dias em que a discussão da "concessão" da RTP anda em (quase) todas as bocas (hum, na do Relvas não, que estranho, pensava eu que ele era o ministro da tutela). 

A coisa é tão mais interessante quanto há pouco mais de um mês, dia 16 de Julho mais precisamente, o mesmo Correio da Manhã tinha dado também grande destaque aos cortes que a RTP estava a fazer  na sua frota automóvel. Curioso, hein?

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