ao ministro toxico-patológico: "ou muda ou sai"
Intervenção do João Galamba na Comissão Parlamentar de hoje.
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Intervenção do João Galamba na Comissão Parlamentar de hoje.
Ver um ministro de um governo português usar como argumento, numa discussão com a deputada do BE Ana Drago, "eu não fui eleito coisíssima nenhuma", é algo que nunca imaginei ver mas aconteceu há uns minutos na AR.
Adenda: agora em imagens
Estão neste momento a iniciar-se as Conferências do Estoril. Entre os oradores deste ano conta-se o primeiro ministro húngaro, Viktor Órban, que está indissociavelmente ligado às alterações constitucionais que, digo eu, até deviam levar a que aquele país pudesse ser expulso da UE. Na ausência desta possibilidade ao menos que não se legitime esta criatura, convidando-o a participar a eventos patrocinados pela presidência e governos portugueses.
Fingir que este senhor é um PM europeu como os outros é praticamente igual a dizer que o Aurora Dourada é um partido igual aos outros na Grécia. Não são, nem um nem outro e, por isso mesmo, foi vergonha a palavra de que me lembrei quando, há uns tempos, vi o programa das ditas conferências. Tive, contudo, a secreta esperança que alguém da organização tivesse... vergonha na cara e retirasse o convite. Tal não aconteceu e agora cá vamos ter o senhor, e recebido com honras tenho a certeza.
Para se perceber bem do que estou a falar alguns textos de apoio:
. Reportagem de Paulo Pena na Visão em Outubro do ano passado, "Viagem ao fim da democracia".
. Relatório do Rui Tavares sobre a situação dos Direitos Fundamentais na Hungria (não é o único relatório do Rui sobre estas questões, encontram outros aqui).
. O blog Hungarian Spectrum
Magnífico testemunho da lucidez e da inteligência superior de um homem, capaz de refletir sobre os seus atos e sobre as terríveis consequências dos seus erros. De reconhecer quão enganado estava, ele e os seus inimigos. Prova de que a guerra é muitas vezes causada por equívocos, que o medo cega, que a ignorância é um mal universal e que a estupidez atinge e afeta mesmo os mais dotados. Robert McNamara, alguém que eu gostaria de ter conhecido. No dia em que se assinalam 38 anos sobre o fim da guerra do Vietname.
(excerto de The Fog of War, que deveria ser de visualização obrigatória em tudo o que é curso de ciência política, academia militar, conselho ministerial ou concelhia partidária)
Primeiro foi o choque, no ano passado, ao verificar que o Blade Runner tinha feito 30 anos. Um dos filmes mais marcantes da minha geração, aquela obra-prima que não envelhece e não acusa nem o passar dos anos nem a altura em que foi feito, completava três décadas. Meu Deus, tanto tempo. Depois, há uns meses, novo arrepio: agora era Quem Tramou Roger Rabbit?, o prodígio da animação combinada com filmagem "real" que revisitava os personagens clássicos (já muito clássicos, em 1988) da Disney e dos Looney Tunes, que faz um quarto de século. Mas o mais bizarro estava ainda para vir. Há duas semanas, completaram-se 30 anos sobre a estreia de Flashdance. Não é que eu tivesse sido fã do filme ou que me tivesse marcado por aí além. Pelo menos, que tivesse dado por isso na época. Mas passado tanto tempo - revi-o há dias - , pude constatar que sim, foi uma verdadeira revolução. A MTV dava os primeiros passos e o primeiro videoclip (Video Killed the Radio Star, dos Buggles) era ainda uma coisa relativamente recente. Uma história simples, pobrezinha e convencional, sem rasgos interpretativos e com elenco mais ou menos obscuro que não passa de um suporte ao essencial: uma justaposição de clips bem concebidos, dançados e filmados. Quem não se lembra da Jennifer Beals e do seu duche em palco (ou da sua stunt)? Esta inversão é hoje banal e corriqueira (o primado da forma, do embrulho, da imagem ou dos efeitos especiais sobre o conteúdo, o argumento ou a realização), mas na época era novidade. E há outra: não me lembro, até essa data, de outro filme com tal carga de presença feminina, onde uma das músicas ponha uma mulher a dizer "I'm goin' on a manhunt, turn it around / Women have been hunted, now they're huntin' around" e onde a protagonista diga, com todas as letras, "in fact, I fucked his brains out".
Quem quererá Seguro encarnar? Orry, o sulista de bom coração arrebatado pela bela Madeline, ou George, o yankee idealista? Quem escolheu a banda sonora do Congresso do PS tem fina ironia ou gosta de mandar mensagens subliminares. Selecionar uma coisa destas precisamente no momento em que se acentuam as clivagens entre o norte e o sul da Europa é delicioso, e invocar no PS a história dos amigos desencontrados tem muita piada. Bah! quem quero enganar? Foi apenas mau gosto musical, decerto.
Rogério da Costa Pereira
Rui Herbon
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The times they are a-changin’. Como sempre …
De facto vivemos tempos curiosos, onde supostament...
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aaaaaaaaaaaaAcho que para o bem ou para o mal o po...