Um novo olhar sobre Lisboa através da técnica “Tilt–Shift” (limitação da profundidade de campo, para se obter imagens reais que se assemelham com miniaturas).
Vamos assumir ser verdade que o actual processo de ajustamento é incompatível com a constituição (e não vale a pena tentar dar a volta dizendo que a incompatibilidade é com estes juízes do Tribunal Constitucional, como devia ser óbvio).
A quantidade de pessoas que vejo defender uma espécie de regime de excepção não declarado - cheguei a ouvir expressões como "dar um jeitinho" - nunca vai parar de me espantar. No fundo, Manuela Ferreira Leite, na sua famosa tirada de 2009, a da suspensão da democracia durante seis meses, exprimiu um sentimento que agora parece generalizado, pelo menos na forma pública como é expressado. E sem qualquer traço de ironia.
Temos, portanto, pessoas que consideram que entre o respeito pelo nosso Estado de direito e a fé num processo de ajustamento cujos resultados não podem deixar de ser considerados um falhanço estrondoso, não existe sequer opção. Apenas a fé na inevitabilidade manda.
Nada disto é novo, claro. Opiniões como estas sempre houve. Serem cada dia mais públicas e claras não deixa de ser útil nas escolhas que teremos de continuar a fazer.
De forma curta e certeira o Rui Cerdeira Branco já disse tudo o que havia a dizer sobre esta insistente tanga - que mais não é que mandar areia para os olhos de toda a gente -, dou-lhe a palavra: