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jugular

Seguro baralhadote, aldrabão ou de como pensar com o intestino não resulta

O mesmo sujeito que recusa agora uma decisão política para o PS - usando um formalismo para impedir um congresso - vem falar em "solução política" e, em simultâneo, em "abdicar". Estou esclarecida.

 

Além disso alguém lhe explique o que é um processo de primárias abertas. Ninguém abdica de ser PM num processo de primárias abertas, quanto muito decide não se candidatar a poder vir a ser candidato a PM e eventualmente ser eleito.

 

Isso para já não falar nos argumentos que usou há um ano para impedir a discussão, em congresso, da "proposta dos 45". Foi então explicado que "essas propostas ou outras" seriam passíveis de discussão depois das eleições legislativas (ler abaixo uma notícia do Público de 23/4/2013)

recapitulando

nos totais contabilizados até agora, o ps teve 1.032.252 votos, a ap 909.402, a cdu 416.151 e o be 149.580.

 

nas legislativas de 2011, o psd teve 2.159.742 votos, o ps 1.568.168, o cds/pp 653.987, a cdu 441.852 e o be 288.973.

 

ou seja, primeira constatação: os partidos da maioria já não se podem chamar partidos da maioria. de 2.813.729 votos passaram para menos de um terço (perderam 1.904.327, praticamente dois milhões de votos). pode-se dizer, claro, que as europeias não são as legislativas; não são. mas o afundanço brutal na votação destes dois partidos não é algo que se possa negligenciar.

 

segunda constatação: em oposição a um governo de direita brutal, em eleições em que o voto de protesto é mais expressivo, o ps não consegue igualar, quanto mais ultrapassar, o resultado obtido em 2011 por um partido desgastado por seis anos de governação e após um pedido de resgate: tem menos 535.916 votos. menos meio milhão. repito: menos meio milhão de votos.

 

terceira constatação: a cdu também tem menos votos que em 2011. menos 25 mil (25.701). 

 

e o be, pobre be. se em 2011 já estava em slide, agora chegou ao seu mínimo histórico. tem menos 139.393 votos que em 2011.

 

ou seja: todos, absolutamente todos os partidos parlamentares perderam votos em relação a 2011. o somatório combinado de votos perdidos é 2.605.337. destes, 701.010 são do ps, cdu e be.

 

parece óbvio que a maioria dos votos perdidos não foram para ninguém, mesmo se os 'pequenos partidos', entre os quais se conta o mpt/marinho pinto com mais de 200 mil, tiveram, combinados, 529.107 votos. 

 

não há pois um único partido com representação parlamentar que não tenha levado um abanão.

 

o que o eleitorado disse ontem speaks volumes -- e é um sério aviso. aquilo que se está a passar na europa toda já começou por aqui. o terreno está fértil para populismos 'redentores' e extremismos aterrorizadores. e se não é crível que no tempo que medeia entre hoje e as legislativas de 2015 surja uma força política capaz de capitalizar a irritação e ressentimento do país, certo é que se nada mudar até lá o que se segue é muito provavelmente o dilúvio -- que já nos rodeia. 

 

o be acabou; a cdu dificilmente crescerá mais; o ps tem de decidir se quer ficar como está e morrer (é olhar para o psf de hollande, aquilo é o futuro do segurismo -- 15% e a descer, pasok style) ou fazer alguma coisa. quanto ao psd e ao pp, espero que tenham o que merecem, e o que merecem ainda é pior que aquilo que tiveram ontem. 

Combater, desde já o populismo demagógico

Já calculava. O populismo demagógico, que noutros países é expresso por partidos (anti-partidos) de extrema-direita, aqui em Portugal já tem uma cara - Marinho Pinto (é ele próprio, não o partido de aluguer pelo qual concorreu). Cá está uma lição desde já a ser retirada. Trata-se de algo a combater e já. Assim como a terrível abstenção. Le Pen começou assim. Aqui ainda não tinha acontecido, mas já está no terreno - uma mistura de populismo anti-partidos com um enorme reaccionarismo nos costumes. Nada de enganos, Marinho Pinto não é de esquerda.

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