Há pouco mais de um ano António José Seguro foi reeleito líder do PS com 93,56% dos votos. Hoje, de acordo com os números que estão apresentados no mural "Seguro 2015", os apoiantes de Seguro que se candidataram às federações contabilizaram 52,2% dos votos*.
Ora então vamos lá. Mesmo dando de barato que o Porto, o caso mais paradigmático e diferente - houve uma lista única, formada por apoiantes de ambas as candidaturas, na relação 1/3 "costistas" vs 2/3 "seguristas", e é a maior federação -, seja 100% "segurista" e que a diferença de votos entre "seguristas" e "costistas", em números absolutos e respectivamente, tenha variado de mais 700 votos (fonte: Brilhante Dias na TSF, hoje de manhã) para mais 1200 votos (fonte: Seguro 2015 esta tarde*), uma queda de 41,36% nos votos dentro do aparelho do PS não é motivo para um gajo se questionar? Não quer dizer mesmo nada, nada, nada?
Umas abéculas desinformadas, coitados. Expliquem lá ao senhor que não se pode denegrir o nome de ninguém, nem levantar falsos testemunhos, sem consubstanciar as acusações. Aproveitem e expliquem-lhe também que é ao governo - por acaso da sua cor política -, e não à Ordem dos Médicos nem ao seu bastonário, que compete "abrir concursos" médicos e que os médicos estrangeiros directamente contratados pelo SNS trabalham em igualdade de circunstâncias com os médicos portugueses, o que torna ainda mais grave as indignas condições a que estão sujeitos os colegas cubanos (relembro o que aqui escrevi, os valores vindos a público recentemente são os pagos "pelos", e não "aos", médicos cubanos).
Idade aparente bem superior à real, chorosa e muito ansiosa. Ficou desempregada depois de "30 anos de descontos", está no fundo de desemprego. Ao abrigo das formações que os desempregados fazem, cujo nome desconheço, esteve durante uns tempos numa "coisa de costura" e andava não propriamente contente mas serena. A dita formação acabou e agora está "numa coisa onde é preciso ler e escrever muito, só fiz a 2ª classe na escola, depois, há uns tempos, fui para aquelas coisas de ensino de adultos mas não consigo acompanhar os outros". Ainda que toda a gente a tente descansar e lhe diga que não faz mal, a humilhação que sente é constante. Chora o dia todo, tem vómitos, não consegue comer nem dormir decentemente, mas não pode deixar de ir "porque me tiram o subsídio e eu preciso dele para comer". Isto é desumano, não se faz.
P.S. - Quando vi este excerto da entrevista de Paula Teixeira da Cruz à RTP arrepiei-me com o nível de desinformação exibido pela ministra. Ninguém com a responsabilidade de Paula Teixeira da Cruz pode ser tão ignorante por isso a única justificação para o triste espetáculo que deu é ter querido manipular a opinião pública num tema em que, por motivos óbvio, é fácil ser-se pouco racional.