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(da Braamcamp ao Campus da Justiça em direcção a Moscavide - e escapou-me a ponte 25 de Abril, mas também devem ter ido à Caparica)
De volta a Lisboa, vinda de Sul, parei numa estação de serviço para tomar um café. Lá dentro um grupo de homens, para aí uma dezena, e a televisão na SicN.
Eis que passa na imagem o SMS que António Costa mandou hoje aos militantes socialistas, com uma fotografia sua como fundo. Um dos sujeitinhos comenta "é indiano, também está metido nisto". Desanquei-o completamente, sem ser malcriada, juro. O animalzinho ainda levantou a grimpa e ameaçou-me, chamei-lhe tudo o que me apeteceu e me lembrei.
É bonito, não é? Os hinos são quase todos lindos, ainda por cima cantados em uníssono, galvanizam as "massas".
Neste caso o resultado foi o assassinato de milhões de seres humanos.
(+ info aqui)
PROGRAMA do Colóquio
Vai direitinha para o PS e traz, pela primeira vez, algo de verdadeiramente novo: "ficai, pois a saber, socialistas e socialistos, que pagareis muito caro cada piscadela de olho ao PSD, que cada arrufo é perigoso e cada flirt, potencialmente mortal. Se quereis governar para o ano, tereis que meter isto em vossas cabecinhas nem sempre permeáveis". Agora vamo-nos todos sentar (à cautela) e ficamos à espera a ver se a cúpula dirigente é formada por fast learners ou por uma certa estirpe de fauna acerca da qual se costuma dizer que "não aprende línguas". Se for o caso, bom, já bastará aqueles que nos governam há 3 anos, não?
"Várias médicas denunciaram a um advogado da Ordem dos Médicos que, nos concursos de seleção para unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), lhes era perguntado se pretendiam engravidar".
Estes sujeitinhos não são médicos, antes meros licenciados em medicina. E nasceram por geração espontânea.
Não tenho condições para avaliar a qualidade da escolha de Passos Coelho no que respeita à nova ministra mas este tipo de observações - "Quanto ao facto de ser uma mulher, Paulo Rodrigues confessa que espera maior «sensibilidade para as reivindicações» que são feitas pelas polícias. " - irritam-me. Ainda me hão-de explicar em que parte da perninha que o cromossoma X tem a mais que o Y está "a sensibilidade".
Adenda: Parece que a ministra tem a mesma opinião - "Na mesma entrevista ao Público, a ministra acrescentava ainda que não tinha a ver com a formação entre mulheres e homens, mas sim com uma visão e sensibilidades diferentes. “A forma de olhar para a vida e de interpretar a realidade social é diferente. O homem e a mulher são diferentes na sua forma de abordar a vida e a aplicação do direito é uma forma de abordar a vida”, disse." -, lá terei que a mandar à merda também.
A ler. Talvez assim, de uma vez por todas, muitos compreendam a diferença entre pedofilia e abuso de menores.
Edifício onde se realizou a conferência de Wannsee, nos arredores de Berlim (foto retirada da net)
Em 27 de Janeiro do próximo ano, passam 70 anos após a libertação por tropas soviéticas do campo de concentração e extermínio de Auschwitz, o maior campo de concentração e de extermínio erguido pelos alemães. Tratava-se de um complexo de vários campos, que incluía um campo de trabalhos forçados, Auschwitz III (Monowitz), um campo de concentração, Auschwitz I, e um campo de extermínio Auschwitz II (Birkenau). Situado perto da cidade polaca de Oswiecim e a cerca de 40 quilómetros de Cracóvia, perto da fronteira germano-polaca, anterior à guerra, uma área da Alta Silésia, anexada pela Alemanha nazi à Polónia, em 1939, Auschwitz é hoje um símbolo do maior crime cometido contra a humanidade.
O processo que levou a Auschwitz, onde foram massacrados pelos nazis, cerca de um milhão e meio de homens, mulheres e crianças, na sua maioria judeus, mas também, ciganos, prisioneiros de guerra russos e bielorussos, polacos e presos políticos, já está hoje muito estudado, mas persistem sobre aquele informações erradas e ideologicamente motivadas. Por essa razão, e em prólogo ao que poderá ser desenvolvido, no ano de 2015, quando decorrerem 70 anos após o final da II Guerra Mundial e a descoberta dos campos de concentração e de extermínio alemães, abordarei aqui um episódio, sobre o qual persistem informações erradas. Trata-se da Conferência de Wannsee, realizada perto de Berlim, em 20 de Janeiro de 1942, onde, contrariamente ao que se diz, de que teria sido o momento da tomada de decisão do chamado processo da «Solução Final», foi na realidade uma reunião onde foram formalizados os planos de deportação e extermínio dos judeus dos territórios ocupados pela Alemanha. Utilizarei aqui excertos do livro que escrevi em co-autoria com Cláudia Ninhos, Salazar, Portugal e o Holocausto (2013).
A muito abundante historiografia sobre o Holocausto (ou Shoah), perpetrado pelo regime nacional-socialista alemão tende, na sua grande parte, a considerar que o mecanismo desse extermínio procedeu por etapas, num processo em espiral de radicalização imparável. Ao colocar o anti-semitismo no centro da sua ideologia e prática e começar por definir a figura do judeu, o regime hitleriano apelou de imediato ao boicote ao comércio judaico, em 1 de Abril de 1933. Prosseguiu com a legislação de exclusão dos judeus das profissões liberais e da função pública e, através das Leis de Nuremberga, de Setembro de 1935, atribuiu um estatuto de cidadania e «sangue» diferente aos judeus. Seguiu-se uma política de expropriação e de «arianização» do património dos judeus, levada a cabo paralelamente com a “emigração”/expulsão destes dos territórios alemães, nomeadamente a partir de Novembro de 1938. De seguida, os judeus foram concentrados e enclausurados em guetos, antes de serem deportados para os campos de extermínio, onde foram assassinados em massa.
É hoje também aceite em geral a ideia de que o Holocausto esteve relacionado com a operação «Barbarossa», guerra total na URSS, iniciada em Junho de 1941. Em particular, essa conclusão deve-se ao facto de terem então sido emitidas pelos alemães duas ordens: por um lado, a ordem de execução dos comissários soviéticos (Komissarbefehl) e, por outro lado, a do reforço dos poderes dos Einsatzgruppen, esquadrões da morte que seguiam as tropas regulares da Wehrmacht nos territórios ocupados da Polónia e da URSS, responsáveis por matar cerca de dois milhões de pessoas, nomeadamente civis, na maioria judeus e soviéticos.
A conferência de Wannsee
Em 20 de Janeiro de 1942, realizou-se, convocada por Reinhard Heydrich, a conferência de Wannsee, perto de Berlim, na qual foi delineada a sequência da «Solução Final» já em marcha, por aquele chefe SS (Obergruppenführer-SS) e do RSHA (Organismo Central de Segurança do Reich, que englobava a Gestapo e as outras polícias nazis) e outros catorze dirigentes nazis relacionados com a questão judaica. Começou por ser informado, no início da reunião, que, em substituição da «emigração» dos judeus – política nazi de expulsão dos judeus dos territórios alemães e arianização da sua propriedade, iniciada em final de 1938 -, passaria a ocorrer a «evacuação dos judeus em direcção a leste, com a autorização do Führer».
O grupo de quinze homens reunidos por Heydrich incluía: elementos do Ministério para os Territórios Ocupados de Leste, de Alfred Rosenberg, respectivamente Meyer e Leibbrandt; do Governo-Geral da Polónia, de Hans Frank, Josef Bühler; das SS e polícias, Heinrich Müller, Karl Schöngarth e Adolf Eichmann, todos eles envolvidos no processo de extermínio. Assistiram ainda à conferência elementos dos ministérios do Interior e da Justiça, Wilhelm Stuckart e Roland Freisler, da Chancelaria do Reich, Friedrich Kritzinger, da direcção do Partido nazi, Ernst Kupfer, do ministério dos Negócios Estrangeiros, Martin Luther, do Plano de Quatro Anos, Erich Neumann, e do Departamento Central para o Povoamenteo e a Raça, o SS Otto Hofmann.
Rogério da Costa Pereira
Rui Herbon
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The times they are a-changin’. Como sempre …
De facto vivemos tempos curiosos, onde supostament...
De acordo, muito bem escrito.
Temos de perguntar porque as autocracias estão ...
aaaaaaaaaaaaAcho que para o bem ou para o mal o po...